domingo, 26 de novembro de 2017

Voo 3463 ESPECIALISTA SEMPRE!





João Carlos Silva
Esp.MMA
Sobreda



Fabulosa fotografia dos anos 50 da Força Aérea Portuguesa, com alguns Especialistas e o Republic F-47D Thunderbolt.
Hoje, num dia proporcionado pelo Núcleo de Lisboa da AEFA, com mais de 100 especialistas da área de Lisboa, com incorporações de 1952 a 1988 e toda a riqueza de experiências que isso implica de quem serviu antes, durante e depois da guerra e com encontros deste tipo um pouco por todo o País, de facto algo se passa com esta gente e que integra o tal espírito intrínseco do Especialista da Força Aérea...
Afinal,
Fomos Especialistas, Ainda Somos e Seremos.

Fotografia: Dez Décadas de Força Aérea

Voo 3462 FAZ 45 ANOS...




Nuno Almeida (Poeta)
Esp.MMA
Lisboa

Faz hoje 45 anos que fui ferido gravemente ao fazer uma evacuação, na mata de Choquemone, Bula, Guiné, onde ficaram muitos mortos e feridos.
A todos que nesse dia se lesionaram ou faleceram a minha saudação e o meu respeito

domingo, 19 de novembro de 2017

Voo 3461 ENCONTRO DE EX-PILOTOS DA BASE AÉREA n.12




João Bandeira
Fur.Pil.
Faro


18 nov 2017 -
Encontro anual de ex-Pilotos da FAP que prestaram serviço na BA12 Bissalanca,Bissau-Guiné.



terça-feira, 7 de novembro de 2017

Voo 3460 O ÚLTIMO VOO DO "NOSSO ESPECIALISTA DE HONRA" VERGÍLIO LEMOS



É com profundo pesar que comunicamos o falecimento do Especialista mais antigo, o Vergílio Lemos.

Nascido em 2 de agosto de 1919, assentou praça a 21 de setembro de 1939 na Base Aérea de Sintra tendo sido promovido a 1º Cabo Mecânico a 1 de maio de 1940.

Faleceu no dia de hoje, 7 de novembro de 2017, cerca das 14H00 em Bragança, sua terra natal.
O corpo encontra-se na Igreja da Misericórdia de onde sairá amanhã, dia 8 de novembro para o cemitério local, pelas 16H30.

Aos familiares e amigos o nosso sentido pesar.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Voo 3459 A AMARAGEM.




José Guedes
Cmt.TAP
Lisboa



 



José Manuel de Carvalho Morgado frequentou a Escola Naval entre 1961 e 1965 tendo depois ingressado na Força Aérea Portuguesa como voluntário. Prestou serviço em Moçambique como Alferes Piloto Aviador até 1969 tendo depois entrado para a TAP onde teve um percurso brilhante.
Como não podia deixar de ser também apanhou alguns sustos. Aqui se relata um deles.
Junho de 1969.
Em virtude de ter de comparecer à cerimónia do 10 de Junho em Lourenço Marques (LM), saí de Nacala, Aeródromo Base (AB-5) num T-6 que iria fazer uma grande revisão nas Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA). A viagem para sul demorou os habituais dois dias, com os stops para reabastecer e ou pernoitar em Quelimane, Beira e Inhambane, tendo chegado a Lourenço Marques no dia 8 ao fim da tarde.
Tudo decorreu normalmente, incluindo a
cerimónia do 10 de Junho.
Fiquei a aguardar que as OGMA’s me
entregassem o avião ou eventualmente um outro
que estivesse em condições de regressar a
Nacala. Fiz vários voos de ensaio em
Do-27 e em T-6 que estavam em grandes
revisões. Entretanto ficaram prontos dois T-6
e o Furriel Piloto Seabra foi nomeado para seguir a meu asa no regresso a Nacala. Seríamos acompanhados por um segundo sargento mecânico.
Cumpridas as formalidades habituais saímos da parte militar do aeroporto de Lourenço Marques e descolámos em direcção a Inhambane onde faríamos a primeira aterragem para reabastecimento. A viagem decorreu sem problemas ao longo da magnífica costa moçambicana a altitudes de cerca de 500 pés acima do terreno.
Ao entrar em contacto com a torre de Inhambane para instruções de aterragem verifiquei que havia um avião da DETA - Linhas Aéreas de Moçambique em aproximação ao aeroporto pelo que pedi autorização para uma passagem baixa sobre a cidade, o que me foi concedido. Mandei o meu asa passar para formação cerrada e ficar por cima. Foi nesta condição que começámos a sobrevoar a baía interior a muito baixa altitude. A determinada altura o meu avião começou a vibrar muito, mandei o asa afastar-se elogo depois deverei ter perdido uns cinco pés de altitude o que fez com que o hélice batesse na água e partisse uma ponta o que, como é evidente, agravou a vibração e provocou perda de velocidade. Voltei para a direita com o objectivo de atingir a costa mas rapidamente constatei que tal era impossível pelo que optei pela amaragem, tendo efectuado de imediato todos os procedimentos adequados à situação. O avião bateu na água com um estrondo violento e de imediato começou a afundar-se. Era suposto aguentar-se uns escassos minutos a flutuar mas tal não sucedeu, tendo o nariz de imediato começado a desaparecer na água. Tentei sair do cockpit mas fiquei preso pela perna direita num emaranhado entre os cintos do avião e os do pára-quedas. Optei por deixar-me arrastar com o T6 agora transformado em submarino e depois, já debaixo de água, reentrei no cockpit e desapertei a fivela que estava a impedir a minha libertação.
Entretanto o meu asa, Furriel Seabra, que desconhecia os meus problemas, continuou a sobrevoar a zona até que para sua grande surpresa me viu chegar à superfície. Alguns minutos depois apareceu uma embarcação de pescadores que me retirou da água e rumou para Inhambane, de onde já tinham saído outros barcos pois nesse dia havia um festival náutico e algumas pessoas presenciaram a amaragem.
Notas sobre o incidente:
O silêncio que se seguiu ao impacto foi verdadeiramente assustador e durante muitos anos vivi com ele na memória
Como mandam as normas, quando saí do avião desfiz-me de todo o equipamento que pudesse prejudicar a minha flutuabilidade mas quando chegou a vez dos sapatos decidi mantê-los nos pés porque achei que mais tarde iriam fazer-me falta. Mantive também o capacete, pois havia falta deles na nossa Base. Ideias peregrinas e completamente erradas que só podem encontrar explicação na situação particularmente "stressante" em que me encontrava.
Duas notas finais:
Segundo o Jornal de Notícias, passados três dias sobre o incidente um pescador caiu à água no local aproximado da amaragem e foi devorado por um tubarão.
O avião foi retirado da água alguns meses depois relativamente intacto. Viria a servir de base a um monumento às Forças Armadas Portuguesas em Moçambique

Voo de Origem:

O Aviador