Paulo Castro
Presidente da Direcção Nacional da Associação de Especialistas da Força Aérea.
Esp.METEO
Porto
Aproxima-se rapidamente a quadra de
Natal, tempo histórico para todos quantos se revêm no cristianismo.
É um período de cada ano consagrado à
família, aos valores espirituais, à amizade e à tolerância. È tempo do menino
Jesus, é tempo de recordarmos a nossa meninice ou, para a esmagadora maioria,
poder rever esse ambiente de fantasia espelhado nos rostos de filhos e ou
netos.
Respira-se um ambiente de nostalgia
como, simultaneamente, um ambiente de esperança.
De esperança num futuro melhor para nós
e para os nossos.
De esperança numa maior fraternidade
consolidada nesse valor inalienável que é a amizade.
De esperança num novo tempo de paz em
que um Homem olhe para um outro Homem como um seu semelhante.
De esperança em poder acreditar que
estamos de bem com nós próprios e com os que nos são próximos.
Pena que não seja Natal sempre que um
Homem queira e apenas o seja nas datas agendadas pelos gurus do consumismo.
Permitam-me citar António Gedeão no seu
poema “É noite de Natal”:
“Mas a maior felicidade é a da gente
pequena. Naquela véspera santa a sua comoção é tanta, tanta, tanta, que nem
dorme serena.
Cada menino abre um olhinho na noite
incerta para ver se a aurora já está desperta. De manhãzinha, salta da cama,
corre à cozinha mesmo em pijama.
Ah!!!!!!!!!!
Na branda macieza da matutina luz
aguarda-o a surpresa do Menino Jesus.
Jesus o doce Jesus, o mesmo que nasceu
na manjedoura, veio pôr no sapatinho do Pedrinho uma metralhadora.
Que alegria reinou naquela casa em todo
o santo dia! O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas, fuzilava
tudo com devastadoras rajadas e obrigava as criadas a caírem no chão como se
fossem mortas: tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está! E fazia-as erguer para de novo
matá-las. E até mesmo a mamã e o sisudo papá fingiam que caíam crivados de
balas.”