Alfredo Cruz
Gen.PILAV.
Lisboa
Ao ler um artigo partilhado pelo Manuel
Barreto e do meu grande amigo João Fonseca não resisti a transmitir algumas
impressões minhas, como combatente e militar da Força Aérea Portuguesa
Durante a minha longa carreira na Força Aérea sempre transmiti aos meus pilotos
que, sem o pessoal de apoio, era impossível cumprirem a sua missão. Desde o
cabo da polícia aéreo de serviço à porta de armas ao cozinheiro, passando pelos
soldados, cabos e sargentos de tantas outras especialidades (armamento,
abastecimento, material aéreo, controladores, meteorologistas, apoio
administrativo, etc) todos contribuíam e contribuem para a missão da nossa
Força Aérea, sem eles os pilotos não tinham, como continuam a não ter, as
condições mínimas para cumprirem as suas nobres missões a bordo dos diferentes
aviões e helicópteros.
Mas … há sempre um mas - acabava sempre por afirmar que no fim da linha eram e
são sempre os pilotos e outros tripulantes que põem as suas vidas em risco e
por isso são uma elite. Dizendo isto também quero afirmar que os pilotos,
estando conscientes desta realidade, devem ser humildes e nunca desconsiderar
todos aqueles, que de uma forma humilde e na sombra cumprem exemplarmente as
suas tarefas, muitas das vezes sem qualquer horário de trabalho com a
disponibilidade de 24 horas. Ontem, durante a guerra em África, esta foi a
realidade sempre presente que conduziu a uma enorme coesão entre todos os
elementos da Força. Hoje esta realidade continua presente, como aconteceu no
Kosovo, no Chad, em Timor leste, no Afeganistão, e outros tantos lugares onde a
nossa Força Aérea tem estado presente.