Carlos Juzarte Rôlo,
Capitão-de-Mar-e-Guerra.
Portalegre
Camaradas
Boa noite, esperando terem passado um
Bom Natal e que advenha um óptimo 2015.
Encontrei no Vosso blog uma página referente ao DO que “alodou” na Guiné em 1973, com uma narrativa e algumas fotos do sr. Cor. Pessoa.
Encontrei no Vosso blog uma página referente ao DO que “alodou” na Guiné em 1973, com uma narrativa e algumas fotos do sr. Cor. Pessoa.
Passados todos estes anos foi uma
surpresa rever-me, de repente, naquele lodaçal, mais para o verde escuro, que
para a côr que uma foto tão antiga nos transmite.
Por achar ser de possível interesse transcrevo algumas recordações desse dia e anexo umas fotos, agradecendo, que se tiverem mais algumas, me enviem cópias..
Por achar ser de possível interesse transcrevo algumas recordações desse dia e anexo umas fotos, agradecendo, que se tiverem mais algumas, me enviem cópias..
Os Strella haviam começado a dar que falar, que o diga o Cor. Pessoa, o primeiro piloto a ser atingido. Do vosso blog verifico a data, 25 de Março de 1973.
Quando a 17 de Novembro de 1973 o DO ficou sem motor, por avaria e, com bem diz o Cor. Pessoa “alodou”, entrou pelo Estado Maior do Comando da Defesa Marítima da Guiné (CDMG)o Sr. Ten. Cor. Lemos Ferreira, 2º Comandante da FAP na Guiné, para acertar detalhes referentes à recuperação do DO. A FAP precisava de recuperar o avião para poder determinar, com precisão, a causa da avaria, para além de outras razões.
A unidade de Mergulhadores Sapadores que eu comandava e que faria parte da força de resgate do avião, tinha um historial de cooperação longo com a FAP, pelo que foi fácil acertar com o Sr. Ten. Cor. Lemos Ferreira as melhores formas de remover o avião:
- Trazer o DO até à grua da FAP, a
embarcar numa LDG, lancha de desembarque grande, para o içar para o navio.
- Desmontar a asa e trazer o avião até aos navios, amarrá-lo e
transportá-lo para Bissau.
Para nos apoiar tecnicamente embarcaria
um Sargento Especialista da FAP, homem de grande qualidade, de quem
infelizmente não retive o nome.
Saíram de Bissau uma LFG, lancha de fiscalização grande, e uma LDG, que levava a bordo a grua da FAP.
Chegados ao local fomos confrontados com a impossibilidade de utilizar a grua. Optou-se, então, pelo desmontar da asa e trazer para junto da LFG, as duas partes do avião.
Logo que foi possível, condicionados pelo comprimento do dia e pelo ciclo das marés, iniciámos a aproximação ao avião em bote de borracha. Quando a altura da água o impediu começámos um longo caminho pelo lodo, progredindo, quase a nado, naquela lama, levando connosco o Sargento Especialista da FAP, que nada preparado para este trabalho e nestas condições nem pestanejou, e mais cabos, bidons, e uma pesadíssima caixa de ferramentas da FAP até chegarmos ao DO.
Sete homens (seis mergulhadores e o homem da FAP) tinham em pouco tempo que desmontar a asa e trazer até ao navio a fuselagem e a asa.
A asa continha muito combustível e o primeiro passo foi começar a esvaziá-la, através dos pequenos drenos que para o efeito aquela aeronave tinha. Em simultâneo iniciou-se, cautelosamente, o desmonte da asa. O cheiro e a presença do combustível com o calor que o evaporava faziam daquela atmosfera algo de muito pouco simpático.
Conseguimos separar a asa amarrá-la a bidons, enfiar mais uns dentro do avião e pôr um ou dois na cauda.
Logo que a maré permitiu trouxemos a asa para o lado do navio e em seguida fomos buscar a fuselagem que atracámos no outro bordo. Depois foi só içá-las para fora de água e navegar.
Tudo isto foi feito no espaço de uma maré.
Saíram de Bissau uma LFG, lancha de fiscalização grande, e uma LDG, que levava a bordo a grua da FAP.
Chegados ao local fomos confrontados com a impossibilidade de utilizar a grua. Optou-se, então, pelo desmontar da asa e trazer para junto da LFG, as duas partes do avião.
Logo que foi possível, condicionados pelo comprimento do dia e pelo ciclo das marés, iniciámos a aproximação ao avião em bote de borracha. Quando a altura da água o impediu começámos um longo caminho pelo lodo, progredindo, quase a nado, naquela lama, levando connosco o Sargento Especialista da FAP, que nada preparado para este trabalho e nestas condições nem pestanejou, e mais cabos, bidons, e uma pesadíssima caixa de ferramentas da FAP até chegarmos ao DO.
Sete homens (seis mergulhadores e o homem da FAP) tinham em pouco tempo que desmontar a asa e trazer até ao navio a fuselagem e a asa.
A asa continha muito combustível e o primeiro passo foi começar a esvaziá-la, através dos pequenos drenos que para o efeito aquela aeronave tinha. Em simultâneo iniciou-se, cautelosamente, o desmonte da asa. O cheiro e a presença do combustível com o calor que o evaporava faziam daquela atmosfera algo de muito pouco simpático.
Conseguimos separar a asa amarrá-la a bidons, enfiar mais uns dentro do avião e pôr um ou dois na cauda.
Logo que a maré permitiu trouxemos a asa para o lado do navio e em seguida fomos buscar a fuselagem que atracámos no outro bordo. Depois foi só içá-las para fora de água e navegar.
Tudo isto foi feito no espaço de uma maré.
Cumprimentos
Carlos Juzarte Rôlo,
Voo de Ligação:
Meu Caro Rôlo.
ResponderEliminarAntes de mais,quero apresentar a reciprocidade dos votos de BOAS FESTAS desejados.
Depois,em nome de todo o "Comando" efectivo desta Base,dar-te as BOAS VINDAS a esta unidade onde vais ser aumentado ao efectivo da mesma.
Quanto as fotos solicitadas,apenas possuímos em arquivo as publicadas agora e as que estão inseridas no Voo de Ligação referenciadas facultadas pelo nosso Companheiro Miguel Pessoa.
Pois Companheiro,sempre que possas,é uma hora para nós "Araújos" receber os "Marujos.
Forte abraço.
Victor Barata