segunda-feira, 28 de julho de 2014

Voo 3201 O NERVOSISMO DO PILOTO E DO MECÂNICO NA PARTIDA PARA A MISSÃO.






Arnaldo Sousa
Especialista MMA
Lisboa




O Miguel Pessoa no seu artigo Partida para a Missão relatava os pormenores que antecediam um voo operacional na Guiné na década de 70, eu estive lá na mesma época e partilhei com ele muitas inspeções antes de voo, em que piloto e mecânico executavam em conjunto a chamada volta de 360 graus. Durante este curto período de tempo era notório algum nervosismo por parte de alguns pilotos e também por nós.
Esses receios não eram resultado de falta de confiança nem profissionalismo, mas resultavam do stress a que se era sujeito e incerteza quanto do que se iria passar, no nosso caso era a vida dum piloto que passava pelas nossas mãos
Os pilotos expunham-se ao perigo das antiaéreas e mísseis e não esqueciam o abate de aviões como o do Tc Brito. Alguns pilotos durante a inspeção diziam umas larachas para desanuviar a que prontamente respondíamos com outra, outros ficavam mudos, outros ainda questionavam sobre isto e aquilo do avião e ainda havia quem se preocupasse apenas com o vidro acrílico do cockpit  que dizia estar baço! 
Depois do piloto subir para o assento este era ajudado á complicada  tarefa de amarração á cadeira Martin Baker e aí havia por vezes protestos pela tensão excessiva dada aos cintos e que em nosso entender era necessária para o caso de ejeção.                       
Lembro-me de um piloto que se ejetou e veio mais tarde agradecer ao mecânico que lhe deu saída oferecendo-lhe uma garrafa de wisky , pela forma  perfeita como foram ajustados os cintos.
Sinal de motor em marcha, inspeção segundo chek list, fecho do cokpit, retirar calços, sinal de tudo ok e o aceno da ordem.
Sobre os mecânicos caía a responsabilidade de assinar o livro do avião dando-o em condições para o voo e isso traduzia uma grande carga de responsabilidade pois nenhum procedimento podia ser esquecido, e muitas vezes o tempo para uma inspeção entre voos era curto, em 73 chegou a haver missões seguidas em que os pilotos descansavam sentados debaixo da asa enquanto o avião era reabastecido, municiado e inspecionado!
O tempo de espera pelos aviões traduzia-se por vezes em ansiedade, e como sabíamos a duração da missão sempre que havia um pequeno atraso de 5 minutos e os aviões não eram visíveis na volta para a final o coração batia mais depressa.
Naquele tempo estávamos ambos entregues á sorte e a nós próprios..!


VB: Boa Tarde Arnaldo, sejas vem vindo a tua unidade.
De facto o relato que nos fazes após estes anos todos e a realidade do clima que se vivia na Guiné. Era uma azáfama para que estava na linha da frente.
A relação piloto/mecânico sempre excelente, obviamente que havia dois ou três “aviadores” que sempre nos olharam por cima do nariz, mas não podemos ser todos iguais.
Esse homens que confiavam as suas vidas nas nossas mãos, apesar da nossa “tenra” idade para a função, sabiam que vínhamos de uma grande formação e que não era admitido qualquer tipo de pessoa para ESPECIALISTA DA FAP.
Aproveito para te recordar o nosso 5ºEncontro no dia 6 de Setembro ai no antigo AB1,hoje AT 1,Figo Maduro.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

VOO 3200 – APRESENTAÇÃO DO LIVRO “ESTÓRIAS VIVIDAS” DO MAJOR-GENERAL JOSÉ QUEIROGA.






Boas companheiros

Ontem dia 24 de Julho de 2014, pelas 18;00 horas, conforme noticiamos em tempo oportuno, teve lugar na seda da Associação de Especialistas da Força Aérea, no Porto a apresentação deste livro pelo também especialista, nas suas palavras, pois na Força Aérea só haviam especialistas e soldados do S.G. e Polícias.

Momento de concentração, no cantinho dos Especialistas, assinando o Livro de Honra da Associação de Especialistas da Força Aérea.



A mesa foi constituída pelo Sr. Major-General José Queiroga, na qualidade de Autor
pelo Paulo Castro, na qualidade de Presidente da A.E.F.A., e o Dr. Victor Raquel na qualidade de Editor.


Usaram da palavra o Paulo Castro na qualidade de anfitrião, seguido do Editor Dr. Victor Raquel, e por fim o Major-General José Queiroga, que no início da sua apresentação, algumas vezes ficou bastante comovido, ao falar em nomes e factos que deram origem a este livro.


A mesa esteve sempre guardada pelos nossos "especialistas" de serviço à guarda de honra 



Estiveram presentes muitos especialistas, alguns pilotos e o representante da Liga dos Combatentes no Porto o Coronel Botelho.


No final da apresentação a Associação de Especialistas da Força Aérea ofertou uma pequena lembrança ao ao Autor do livro pela sua passagem pela nossa sede.


Seguiu-se um "Porto" sem salamaleques mas com boa vontade.


O encontro de dois Especialistas que trabalharam juntos no norte de Moçambique, um Pil.Av. o outro MMA.


O momento do tradicional brinde e respectivo grito típico de Moçambique.


E assim nos despedimos até novo encontro, com inevitáveis reencontros.


Voo 3199 COMANDANTE...NA INTEGRA DA PALAVRA.





Marcelo Quaranta
Piloto de Linha Aérea
Brasil






Meu amigo Victor Barata
Cordiais saudações!
Espero que toda a família Especialistas da Base esteja bem, e a todos mando meu grande e caloroso abraço.
Estou te escrevendo para te comunicar que em breve estarei lançando o livro Comandante... Na Íntegra da Palavra, homônimo ao título daquele texto e vídeo que um dia você me honrou em postar na sua página. Aliás, um dos capítulos é o próprio texto. O livro trata da questão ética na aviação, e traz também inúmeros deliciosos contos, cujo tema central é o comportamento e a segurança na aviação.
Gostaria de na oportunidade contar com a vossa colaboração em fazer a divulgação do livro a todos os amigos, o que muito me honraria!
Meu cordial abraço, do seu amigo e amigo desta BASE, desde cá deste lado do oceano!
Marcelo Rates Quaranta

Voo de Ligação

sábado, 19 de julho de 2014

Voo 3198 LEVEI O MEU NETO VER UM DOS AVIÕES EM QUE VOEI.







Victor  Oliveira
Esp.Melec/Inst./Av.
Caneças



Ao visitar o Museu do Ar na base de Sintra com o meu neto Alexandre deparei com o T6 nº 1737 e no qual eu tenho registado na minha caderneta de voo e qual eu levava tenho registado um voo em 17 de Maio 1968 e outro a 7 de Janeiro 1969  todos em Nova Lamego.
O meu ficou muito curioso e lá estive que lhe explicar o armamento que o avião levava e tudo o resto.
Vítor já agora quando é que vamos á Guiné.
Um grande abraço

Victor Oliveira

VB: Amigo Victor ,é sempre com uma enorme alegria que recebemos os teus voos. Desta vez é o incentivo ao Alexandre para que se entusiasme e seguia o teu percurso militar,apenas na aeronáutica,pois a vivência...já lá vai!
Quanto á tão desejada ida á Guiné...vamos aguardar.  

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Voo 3197 5º ANIVERSARIO DA TERTÚLIA "LINHA DA FRENTE"






Caros Companheiros
Aproxima-se mais um aniversário da nossa Tertúlia “Linha da Frente”, como habitualmente no 1º sábado de Setembro, dia 6.
Para realização destes ventos, temos escolhido como locais de preferência as ainda existentes unidades da nossa Força Aérea.
Este ano solicitamos ao CEMFA,e foi-nos de imediato concedida a autorização, a utilização do “nosso” AB1,hoje AT 1,situado no Figo Maduro em Lisboa.

Escolhemos este local por ser um dos mais históricos na nossa vida militar, pois foi dali que muitos de nós partimos com uma média de idade de 19 anos, deixando para trás a família e o desfrutar de uma juventude, em prol de uma guerra desconhecida e mal preparados.
Muitos desses…não voltaram.
Achamos ser oportuno recordar este local e simbolicamente homenagear os que não voltaram.
Esta unidade ao fim de semana não utiliza o seu refeitório em virtude de o seu efectivo ser apenas e só o pessoal de serviço á unidade.
Assim,e para completar o programa de este dia de confraternização, propusemo-nos sair da unidade, atravessar a ponte Vasco da Gama e almoçar na Companhia das Lezírias, lugar muito aprazível.  





EMENTA

Buffet Campestre em regime de Self-Service.

Entradas:

Queijo meia cura
Salgadinhos variados
Manteigas e Azeitonas

Sopa:

Camponesa (feijão encarnado, hortaliça, nabos, cenouras...), ou Outra.

Frios:

Saladas Diversas (5), Arroz de Legumes.....

Pratos quentes:

Polvo à lagareiro
Bacalhau assado com broa e legumes salteados
Novilha grelhada
Vão de porco preto assado no forno
Arroz de pato mudo c/ laranja

Mesa de sobremesas:

Arroz doce, mousse de chocolate, tigelada, pudim flan, pasteis de nata da coudelaria ......
Fruta da época.

Bebidas:

Vinhos CL da FONTE ( box ) Branco, Rosé, Tinto

Café
Aguardente caseira, licor de ginja e amêndoa ( caseiro )

PREÇO: € 20,00
As crianças até aos 5 anos não pagam dos 5 aos 10 anos pagam 50%
Ao almoço a sala está disponível até ás 17h30

Inscrições:

João Carlos Silva    932564850
Mário Aguiar            919453007
Paulo Moreno          969300772
Victor Barata            917567868


Nota: Estamos a providenciar no sentido de alugar uma autocarro para o transporte do pessoal do Norte e Centro.




terça-feira, 15 de julho de 2014

Voo 3196 OS NOSSOS PÊSAMOS BAPTISTA.










Manuel Baptista
Esp.MMA
Aguiar de Sousa




Companheiros

Acabamos de receber a triste notícia do falecimento do pai do nosso amigo Manuel Baptista”“Bratneyr”.
O funeral já se realizou ontem.
Em nome do Comando e toda a Tertúlia “Linha da Frente”, deixo aqui o nosso fraterno abraço de solidariedade.
Estamos contigo Companheiro.

Voo 3195 CONVITE.




segunda-feira, 14 de julho de 2014

Voo 3194 O 20º ANIVERSARIO DO F 16 AO SERVIÇO DA FAP.






Paulo Moreno
Sol.Fotogº.FAP
Embra
Marinha Grande



O dia 13 de Julho, foi o dia que fechou o programa de actividades relacionadas com a comemoração dos 20 Anos de operação do avião F-16 na FAP.
E o que eu vi, foi uma das maiores enchentes de pessoas que se fizeram deslocar à BA-5 a entrada Base foi às 10,30H.
Mas pouco passava das 10,00h. já tínhamos grandes filas de ambos os lados da Porta de Armas,estendendo-se pela estrada fora.


Já no interior da BA-5, confirmou-se todo o programa previsto,os aviões que passaram pela BA-5 e que se encontravam em exposição despertam sempre muito interesse e são motivo de conversa de muitas recordações.

De seguida podíamos ver alguns dos aviões da actualidade, e que fazem parte do percurso que um Piloto de F-16 terá de fazer  para alcançar o sucesso,pudemos ver o avião, TB 30 Epsilon “Esq. 101” vindo da BA-1 Sintra,ostentando a pintura comemorativa dos seus 25 anos,o avião Alpha Jet “Esq. 103” EICPAC vindo da BA-11 Beja. 


De tarde ouve descolagem de aviões F-16, com várias passagens sobre a Base,
mas só ver descolar um F-16 é um verdadeiro espectáculo, é lindo!



Com tantos motivos de interesse o pessoal “visitante” não foi embora
fazendo da BA-5 um verdadeiro dia em família  onde não faltou entre outras actividades normais,um insuflável para crianças, uma banda de música e serviço de comidas e bebidas.

Para terminar pudemos apreciar o avião Citabria, em magnificas acrobacias aéreas.


Já na saída da BA-5 e no final, reparei que havia muitas pessoas a chegar,e mesmo no fim das actividades programadas, ainda pretendiam entrar.

Paulo Moreno

Voo 3193 BOM DIA ZÉ!!!!




Joana Leal
Filha do Zé Leal
Coimbra





O meu pai tem apresentado ligeiras melhoras. Os rins em princípio já funcionam, não necessitando mais da tão "chata" diálise que o meu pai detestava. Agora é esperar para vermos se a infecção fica realmente controlada..Depois disso, ainda segue para cirurgia para colocar no sítio da prótese danificada uma veia da perna.. ainda há muito caminho a percorrer, mas a "vontade move montanhas". Vamos aguardar! Ontem, fiz questão de vir ao facebook dele (ser alguém viu o meu pai online era eu), para lhe poder ler alguns dos vossos comentários de força. Ainda nos rimos bastante com algumas das vossas brincadeiras e desejos de melhora. Um forte abraço a todos vocês (mandado por ele). Obrigado a todos pela esperança e fé demonstrada mesmo naqueles piores momentos!

Voo 3192 QUEM SABE?







Ferreira de Castro (Menino)
Esp.Marme





Bom dia Companheiro
Agradeço que ponhas no Blog o pedido de contacto do nosso amigo
Carlos Campos, para que se possa dar resposta ao pedido dele, contacto do Fotografo que andou a tirar fotos no encontro.
Um abraço
Castro

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Voo 3191 UM DIA ROTINEIRO NA BA 12






Miguel Pessoa
Cor.Pilav.
Lisboa





Partida para a missão

O mecânico acompanha-me enquanto faço a inspecção de 360º ao Fiat G-91 estacionado na placa, na BA12. Sinto a ansiedade habitual nos últimos voos. Também não admira - quando sabemos que vamos encontrar fogo de anti-aérea e possíveis Strela, é natural que fiquemos preocupados. Como tem vindo a ser habitual, a tensão dá-me voltas ao estômago enquanto continuo a inspecção exterior ao avião. Parece que tenho vontade de vomitar mas nada sai. Tento disfarçar, que o mecânico continua ao meu lado e ninguém gosta de dar parte de fraco ao pé dos outros.
Mas os antecedentes não ajudam muito... Já "fui ao charco" uma vez e não gostei. E o problema é que matematicamente tenho as mesmas hipóteses que os outros de ser abatido - não me parece lá muito justo! Só voltei à Guiné há poucas semanas e a readaptação tem sido difícil; é muito penoso para mim recordar o tempo que estive sozinho no mato, depois da minha ejecção, sempre na iminência de ser "apanhado à mão", por isso é natural que esteja preocupado.
Aliás, também os mecânicos andam preocupados. É grande a sua responsabilidade - o avião tem que funcionar que nem um relógio, o armamento não pode falhar, a Martin-Baker(*) tem que funcionar se tudo o resto correr mal - nenhum quer ser responsável pela perda de um piloto.
Logo hoje, que era o meu dia de folga! Bom, nesta bagunçada nada é garantido e temos que ser adaptáveis às mudanças... Mas a Esquadra foi solicitada para uma série de missões importantes que podem contribuir para diminuir o fluxo de pessoal e material que se interna na Guiné vindos do exterior. Se resultar, poder-se-á reduzir a intensidade das flagelações aos nossos aquartelamentos; este esforço já se prolonga há dois dias e todos juntos não somos demais. Neste momento sou o oficial mais antigo (um tenente!) a seguir ao Comandante de Esquadra, por isso, como oficial de operações (nome pomposo!) cabe-me a mim indicar os pilotos para as missões. Naturalmente, o meu nome tem que aparecer lá (o exemplo tem que começar por nós) e a folga, paciência!, fica para outro dia.
O avião está OK, o armamento pronto, como normalmente - o pessoal da linha não falha, como de costume - e eu dirijo-me para a escada para ocupar o meu lugar no "cockpit" - controlo um último espasmo e enquanto subo a escada verifico, penduradas nela, as diferentes cavilhas de segurança que o mecânico retirou. Coloco o capacete, o mecânico ajuda-me a colocar os cintos. Percorro com os olhos o "check-list" para confirmar que fiz todos os procedimentos correctamente antes de pôr em marcha. O chefe da formação, no avião ao meu lado, faz sinal com a mão para pormos em marcha. Primo o botão do cartucho de arranque do motor, este começa a rodar e estabiliza nas rotações normais. Executo os restantes procedimentos, acciono a descida da "canopy"(**) e faço sinal ao mecânico para tirar os calços das rodas.
Tudo OK! Aumento as rotações do motor para sair do estacionamento e inicio a rolagem do meu avião atrás do outro, fazendo antes um aceno de despedida ao
mecânico que me deu a saída. Toda a excitação acumulada anteriormente parece abandonar-me. Estou ali só, dentro do avião, controlando os meus medos de modo a que não interfiram com o cumprimento da missão. Temos de esquecer tudo e concentrarmo-nos totalmente no voo que temos pela frente, vigiando o espaço à nossa volta, tentando detectar alguma ameaça para o nosso ou para os outros aviões.
Finalmente estamos no ar e dirigimo-nos para o alvo definido no "briefing" antes do voo. Tudo corre normalmente e sinto uma estranha sensação de calma que contrasta com o nervosismo anterior.
Os "Tigres" da Esq. 121 estão no ar para mais uma missão de rotina nos céus da Guiné...
Miguel Pessoa

(*) Cadeira de ejecção do Fiat G-91 R4
(**) Cobertura da cabina


VB: Ó Miguel, pelo que vejo, também fizeste o teu"Diário da Guiné"?!... Que dia ou págª.é esta?
Pois estas tuas passagens já as não vivi na Guiné visto ter terminado a minha comissão primeiro que tu (Piu-Piu), mas recordo outras que nunca mais me vão sair da memória. Sabes bem ao que me refiro, e os nossos companheiros também, pois já o frisei neste espaço, o teu acidente.
Lidar contigo é um privilégio que nem todos têm!
Eu fui e continuo a ser um privilegiado.
Obrigado, Companheiro!