domingo, 23 de março de 2014

Voo 3094 FOI VERDADE,SIM SENHOR.




Victor Sotero
Sargº.Môr EABT
Lisboa




Saúdo o “Comando”, a “Linha da Frente” e todos os “Zés” que por aqui nos vão espreitando.
 Periodicamente, o nosso “Comandante” desloca-se ao A.M.61, HARRY POTTER, não só para apreciar alguns trabalhos que se vão efectuando no Aeródromo mas também para dar dois dedos de conversa com os “Especiais” da “Linha da Frente”.
Acaba sempre por petiscar com o pessoal a convite do sempre disponível “Zé” Pardal.São “reuniões” que acontecem sempre à quinta feira de cada semana.
Numa destas “reuniões” fui dar com o nosso “Comandante” e o “Zé” Janica numa alegre cavaqueira no salão nobre que se destina ao pessoal.
Falavam de mim e de umas cenas que a determinada altura da comissão parece querer passar por cada um.
Cheguei a casa e dando uma volta pelo meu “baú de recordações” lá fui encontrar umas folhas já muito amarelecidas, uma espécie de diário.
A comissão de serviço começava a ficar longa. Fazia alguns disparates e diziam que eu estava a ficar “cacimbado”.
Não era bem assim, mas por vezes, aconteciam coisas que em condições normais seriam difíceis de acontecer.
Dizia então o Janica que eu tinha feito umas fisgas com a borracha das câmaras de ar para apanhar pássaros. É verdade, eu lembro-me mas o fim nunca foi atingido.
Havia muita passarada pelo cimo do capim, muitos ninhos, mas nada.
Um dia, juntamente com o Janica fomos dar um passeio até ao rio que passava ao fundo da Agro Pecuária. A intenção era continuar a “caçar” e reabastecer os armários não só de abacaxis mas também de bananas.
No regresso, na picada que nos levava para a base, quase à entrada, do lado direito, havia um grande aviário. Estava um dia de Sol e muitos frangos estavam espojados.
Peguei na fisga, apontei para um com os elásticos bem esticados e “disparei”, tendo acertado num frango que fazendo POOFFF nunca mais se levantou.
Retirá-mo-lo com a ajuda de uns caniços, levantamos a rede e lá foi para junto dos abacaxis que já seguiam no saco e lá entramos na base.
Água quente, depenado, bem limpo, e agora?
Encontramos junto á torre de vigia um bom bocado de chapa ondulada, que lavamos.

Fomos à messe, lá arranjamos pão e todos os temperos para um churrasco, cuja fogueira foi mesmo feita junto à camarata que nos servia de casa. O molho que escorria ia para um copo e voltava depois a ser metido por cima do frango.
Dizia o Janica ao nosso “Comandante”.
“Ao longo destes anos todos, nunca comi um frango que me soubesse tão bem”.
Despeço-me do “Comando”, da “Linha da Frente” e de todos os “Zés” com um até breve.

V. Sotero


1 comentário:

  1. Bom Dia meu GRANDE AMIGO Victor.
    Que satisfação me transmites com o teu regresso ás grandes histórias a quem nos habituas-te e que tanto nos deliciam.
    Queremos mais,AMIGO!
    Apenas que não consigo abrir as fotos anexas neste ficheiro.
    Remete-me o mais rápido que te for possível as mesmas mas noutro ficheiro.
    Um forte abraço.
    Victor Barata

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