segunda-feira, 29 de abril de 2013

VOO 2766 – 36º. Encontro de Especialistas da BA-12




ASSUNTO:-  Autocarros a sair de Lisboa 


                      para o 36º. Encontro de Especialistas da BA-12


SAÍDA OFICIAL DOS AUTOCARROS






Companheiros o nosso comandante de viatura informou:

“Já falei com o estado maior da FAP e foi-me dito que não havia problemas em utilizarmos o parque, ate porque é camarário, diz as relacções públicas, que no sábado não cria problemas nenhuns portanto começa a avisar o pessoal todo que a partida á ali e que temos rodas no ar às 06:00 impreterivelmente.
Abraço
Castro “Menino”


Por os motivos acima referidos o local oficial para a saída dos autocarros de Lisboa é:

Junto da porta de armas do EMFA.



É bom não esquecer que para as rodas estarem no ar às 06H00, a concentração na sala de embarque tem que ter lugar pelo menos 30 munutos antes.

Desde Já boa viagem para todos.

Coordenadas GPS para o EMFA:

                        38º 44’ 22,28 N
                        09º 12’ 55.12 W


domingo, 28 de abril de 2013

VOO 2765 – 36º. Encontro de Especialistas da BA-12



Boas companheiros

Estamos a 3 (três) semanas da semana 0 (zero) para o nosso encontro.

Temos 2 (dois) autocarros contratados para a viagem de Lisboa para o nosso encontro, mas ainda temos lugares que precisamos de ocupar.

Inscrevam-se













sábado, 27 de abril de 2013

Voo 2764 T-BIRD




João Carlos Silva
Esp MMA
Sobreda




T-BIRD


Ao pensar nos primórdios da Força aérea Portuguesa, além dos nossos precursores Especialistas e de todos os que aí serviram, penso em duas aeronaves míticas.
Uma vinda da Aviação Naval, bombardeiro de mergulho e de caça anti-submarina o Curtiss Helldiver SB2C5. Era um aeronave equipada com um motor Wright Cyclone, GR-2600-20, radial, de 14 cilindros, com 1900 hp de potência.


Curtiss SB2C5 Helldiver
Foto: Aviação Naval Portuguesa (Facebook)
e outra vinda da Aeronáutica Militar que foi o maior, mais caro e mais pesado caça na história da aviação a ser motorizado por um único motor de combustão interna, largamente utilizado pelos americanos na 2ª Guerra Mundial o Republic  F-47D Thunderbolt. Era uma aeronave equipada com um motor Pratt&Whitney "Double Wasp" R-2800-59 com dezoito cilindros, em estrela, arrefecidos por ar e 2300 hp de potência.

F-47D Thunderbolt
Foto: Força Aérea Portuguesa
Quanto ao primeiro, o Helldiver, relata o nosso Veterano Especialista Aniceto Carvalho no seu site em Aviação Portuguesa e em Voo 889 OS NOSSOS PRECURSORES NA RECÉM CRIADA FAP


“...Foi a primeira vez que o vi. Logo à entrada, mal acabara de ultrapassar a porta do hangar: Azul-marinho pesado, fosco, a dar ideia de empinado na roda de cauda, as asas dobradas por cima da fuselagem, o motor lá em cima, enorme, parecia inacessível.

Não era um avião bonito. Grande, robusto, desajeitado, o Helldiver (***) era, no entanto, um verdadeiro avião de guerra.”

Quanto ao segundo, o Thunderbolt, relata assim o nosso Veterano Piloto Aviador Fernando Moutinho em Voo 1470 O F-47D

“...Era um avião muito bom (para a época) mas um tanto ou quanto perigoso (para os menos experientes) devido ao seu peso e de necessitar de um bom espaço vertical devido ao seu raio de volta. Não esqueçamos que a sua velocidade máxima era de 500 mph.

Estávamos habituados a aviões com velocidades baixas e pouco raio de volta mas, o F-47 já necessitava de mais espaço.

Por exemplo: no Hurricane fazia-se um looping a pouco mais de 200 mph mas no F-47 já teríamos de picar até pelo menos até 350 mph o que significa praticamente o dobro do raio de volta. Era proibido efectuar looping com o topo abaixo de 10.000 pés.”

Mas, não é sobre estes dois ícones da nossa Aviação que vos venho escrever hoje. Venho trazer-vos um pouco sobre o T-BIRD.


T-BIRD, mais conhecido por T-33, aeronave que equipou a nossa Força Aérea Portuguesa durante largos anos e foi escola de instrução de muitos e muitos Pilotos.



T-33 em Voo invertido
Foto: T-BIRD José Paulo Rosado
Porquê o T-BIRD? Bom, porque faz parte da história da FAP onde serviu durante 38 anos de 1953 a 1991, porque tenho um livro “T-BIRD” de José Paulo Rosado, Capitão Piloto Aviador (1991) sobre a sua história e onde consigo recolher elementos para partilhar convosco e, também porque não, porque na placa da linha da frente da Esquadra 301 no Montijo, por volta de 1980/81 assisti a uma cena caricata com uma destas máquinas.


Como saberão, no final dos anos 70 e princípio dos anos 80, a BA-6 Montijo “Força e Grandeza de Ânimo” era a base operacional da Força Aérea Portuguesa com os caças Fiat G91 e aí faziam escala ou missões as mais variadas esquadras Nato ou de países aliados com as suas aeronaves. Nessa época tive a oportunidade de conviver com os bombardeiros Vulcan da RAF, os “velhinhos” F-104 Starfighter e F-4 Phantom, os Harrier de descolagem vertical, os impressionantes F-111, os Bucaneer, os Jaguares, os Mirage, os modernos e extraordinários (à época) F-16, etc. (não vou agora falar da breve passagem pela BA4 em 1980 e do aparato americano que por lá fazia escala) e o tal T33 Canadiano.

Algumas dessas aeronaves aterravam na BA-6 sem equipas de manutenção, eram portanto os Especialistas da linha da frente dos Fiat que os recebiam, faziam os procedimentos básicos de manutenção linha e lhes davam saída. No caso desse T-33, apesar de os termos na nossa Força Aérea, por esses anos na BA-5 Monte Real “Alcança Quem Não Cansa”, o pessoal do Montjo não estava treinado nos mesmos, pelo que durante o abastecimento e ao atestar um dos “Tip Tanks”, o T-33 adornou de forma significativa provocando um valente susto e o combustível a derramar pela placa.

Mas, voltando ao que me levou a escrever este pequeno texto e socrrendo-me do livro T-BIRD de José Paulo Rosado, Capitão Piloto Aviador (1991), aqui partilho convosco alguns excertos.

A génese do T-33 está no final da década de quarenta, início da era do avião a jacto. O Lockheed P-80 Shooting Star, monolugar a reacção concebido por Kelly Johnson, está em serviço activo nas unidades da USAF.


P-80 Shooting Star
Foto: T-BIRD José Paulo Rosado

Foto: T-BIRD José Paulo Rosado
A taxa de acidentes é elevada; os pilotos saídos do T-6 (180 horas de voo) e do P-51 Mustang (50 horas) não estão habituados ao reactor. A Lockheed faz então uma proposta ao Estado-Maior para construção de uma versão bi-lugar. A proposta é recusada e o construtor decide desenvolver a versão de treino com fundos privativos (1 milhão de dólares em 1947). Kelly Johnson declarou na altura: “O governo precisa de um avião de treino a jacto. De momento eles não o querem, mas, vão tê-lo! E penso que vão gostar dele.”


Um P-80C é retirado da linha de montagem e a sua fuselagem aumentada em cerca de 38,6 polegadas, 26,6 à frente da asa e 12 atrás, por forma a permitir a instalação do segundo “cockpit”.O depósito da fuselagem perde capacidade, mas, em compensação, são instalados dois “Tip Tanks” de 230 galões americanos cada (726 litros, o equivalente a 1.500 libras). Invulgarmente o aumento da fuselagem e da “canopy” vieram melhorar o aerodinamismo do avião, tornando-o ligeiramente mais veloz que o caça.

O primeiro voo deste protótipo, ainda denominado TP-80C. Ocorre em Van Nuys, Califórnia, em Março de 1948.


TP80-C com a inserção de 26,6 polegadas à frente da asa
Foto: T-BIRD José Paulo Rosado

Antecedentes Históricos em Portugal


A criação da Força Aérea Portuguesa

1 de Julho de 1952. Em resultado da fusão da Aviação Naval e da Aeronáutica Militar é criada a Força Aérea Portuguesa como ramo independente das Forças Armadas.

Com o nascimento da FAP, já integrada na NATO, ocorrem grandes alterações a nível orgânico e logístico.

Foi inicialmente coordenada através de um Subsecretariado de Estado – elevado em 1961 à categoria de Secretaria de Estado – dependente por sua vez do Ministério da Defesa Nacional.

A cúpula miliar da FAP constituía o Estado- Maior da Força Aérea (1) do qual dependiam as seguintes Regiões Aéreas (2):

1ª Região Aérea
Comando: Lisboa
Área de actuação: Todo o território metropolitano e as Zonas Aéreas dos Açores, Cabo Verde e Guiné.

2ª Região Aérea
Comando: Luanda
Área de actuação: Angola e São Tomé e Príncipe.

3ª Região Aérea
Comando: Lourenço Marques
Área de actuação: Moçambique, Goa, Damão, Diu, Macau e Timor.

As unidades de combate e instrução são organizadas em Bases e Aeródromos Base – consoante o seu grau de importância – e as respectivas aeronaves passam a constituir Esquadras e Grupos de Esquadras, substituindo as antigas Esquadrilhas e Grupos de Esquadrilhas.
Ao Comando de Defesa Terrestre Contra Aeronaves sucede o Sistema de Detecção, Alerta e Conduta de Intercepção. As Unidades que o compõem são também organizadas em Esquadras.
As Oficinas Gerais de Material Aeronáutico (OGMA) e o Depósito Geral de Material da Força Aérea (DGMFA), unidades de apoio logístico, gozam de autonomia relativamente à Base Aéreas.

(1) O primeiro Chefe do Estado-Maior foi o General Alfredo Sintra.
(2) A estruturação do território nacional em Regiões Aéreas só viria a processar-se em 1956. No ano seguinte é criada a Zona Aérea dos Açores. A 2ª Região Aérea só é implementada a partir de Junho de 1960.

O início da era do jacto

Os primeiro aviões a jacto em Portugal foram dois aviões de treino ingleses De Havilland D.H. 115 Vampire T55, chegados à BA-2 Ota “Cumprir Para Além Do Dever” em Setembro de 1952. Tiveram as matrículas FAP 5801 e 5802.


De Havilland Vampire
Foto: T-BIRD José Paulo Rosado

Os Vampire foram transferidos depois para a BA-1 Sintra “Saber Para Bem Servir”, onde ficaram até 1962, altura em que foram vendidos ao Biafra.


Em Junho de 1952 chegaram a Portugal os primeiros jactos de combate – os F-84G.


Formação de 17 F-84G Thunderjet
Foto: T-BIRD José Paulo Rosado 
Nesta altura, as bases operacionais eram a Ota e Tancos, sendo a primeira a que recebeu os Thunderjet. A Esquadra 20 foi formada em 15 de Maio de 1953 sob o comando do Major Tamagnini Barbosa. Em 1954 foi formada a Esquadra 21 sob o comando do Major Moreira Rato. O grupo Operacional da Ota foi designado por 201.


A primeira patrulha acrobática a jacto da FAP – os “Dragões” – realizou a sua exibição inaugural em 30 de Novembro de 1954.


Patrulha Acrobática os "Dragões". Da esqª para a dirª: SSar Moutinho (nosso companheiro deste Blog), Cap Moura Pinto (fortes ligações aos Especialistas da BA12), Cap Lemos Ferreira, SSar Loureiro.
Foto: T-BIRD José Paulo Rosado

A “São Jorge” , última patrulha acrobática equipada com F-84 Thunderjet, foi criada em Julho de 1958.


O T-33A chega a Portugal

Foto: T-BIRD José Paulo Rosado
Ainda durante 1953, ano que se caracterizou por grandes dotações de aeronaves para a FAP, começaram a chegar a Portugal os primeiros T-33A (3). Eram aviões novos, com cerca de 30 a 40 horas de voo cada, provenientes da Lockheed, Estado Unidos da América. Estes aviões vinham equipados com duas metralhadoras Colt-Browning M.3 de calibre .50 (12,7mm) que viriam posteriormente a ser retiradas, mantendo-se o centro de gravidade do avião dentro dos limites, pela colocação, no nariz, do balastro correspondente.
Os primeiros aviões apresentavam um esquema de pintura em metal natural, com a empenagem e os “Tip Tanks” a vermelho. A parte interna destes era, já na altura, pintada a preto fosco.
Estes T-33 iniciais foram atribuídos à Esquadra 20 e tinham por missão o treino de voo por instrumentos sob capota.

(3) O lote inicial de T-33A fornecidos a Portugal totalizou 15 aviões e a sua entrega só ficaria concluída no primeiro trimestre de 1956.

O T-33 na BA-2 Ota “Cumprir Além Do Dever”

(continua)

Fontes:
T-BIRD de José Paulo Rosado, Capitão Piloto Aviador (1991)
Aviação Portuguesa http://aerodino.no.sapo.pt/ de Aniceto Carvalho
Museu do Ar http://www.emfa.pt/www/po/musar/s-004.001.026-pratt-amp-whitney-quot-double-wasp-quot-r-2800-59
Especialistas da BA12 http://especialistasdaba12.blogspot.pt/

terça-feira, 23 de abril de 2013

Voo 2763 A MINHA AJUDA AO SR. PAULO ALEGRIA




João Carlos Silva
Esp MMA
Sobreda



Companheiros,
No seguimento da solicitação feita pelo Sr. Paulo Alegria no Voo 2752 na tentativa de identificar um emblema no Alouette II 9206 e também da colaboração do Cristiano Valdemar no Voo 2755, fiz algumas pesquisas e encontrei esta fotografia no site do Casino de Lisboa e no da Agenda Cultural de Lisboa. Nesses sites é anunciada a exposição de um Alouette II na galeria de Arte do Casino de Lisboa de 1 de Março a 28 de Junho de 2013.

Curiosamente a fotografia apresenta o mesmo 9206 com o tal emblema, embora aqui pelo relevo da paisagem não deva ser na Guiné.
Alouette II - Local e Emblema?
Foto: site do Casino de Lisboa, Galeria de Arte em Casino Lisboa e na Agenda Cultural de Lx em Agenda Cultural Lx
Continuando difícil perceber o desenho do emblema, através do Facebook o Nuno Martins colocou uma ampliação dessa fotografia pois em tempos também tinha sido por si tirada a partir de um painel da Força Aérea Portuguesa.  

Alouette II 9206 - Emblema
Foto: Nuno Martins, na página Força Aérea Portuguesa no Facebook
Agora sim, embora não o consiga identificar com nada conhecido, apenas me pode parecer um "antepassado" do canguru existente no emblema da Esquadra 402 Saltimbancos (virado para o lado contrário) que operava a partir do AR Luso, adstrito ao AB4 Henrique Carvalho em Angola. A questão é que a esquadra e o emblema dos Saltimbancos apenas terá sido criado em 1969, segundo informação enviada pelo Antonino Bernardes Neves, e estas fotografias serão anteriores.
Estas fotografias devem ser da primeira metade dos anos 60, ou quando o Alouette II chegou à BA9 em Luanda ou depois na Guiné no AB2/BA12, pois com a chegada dos Alouette III à BA9, a partir de 1963, os Alouette II passaram para a Guiné.

Espero que com esta ampliação consiga ajudar o Sr. Paulo Alegria e que, já agora, alguém consiga identificar este emblema.

Saudações Especiais,

Voo 2755 A MINHA AJUDA AO SR. PAULO ALEGRIA
Voo 2752 AJUDA NA IDENTIFICAÇÃO DE UM EMBLEMA

Voo 2762 SIMULAÇÃO DE QUEDA DE UM F-16.




Paulo Moreno
Sol.Fotogº.
Embra
Marinha Grande



Voo 2761 "GUERRA DA GUINÉ:BATALHA DE CUFAR NALU".








Manuel Lomba
Fur.Mil.Exércº




Sou o autor e venho importunar os camaradas tertulianos com a sua promoção, oferecendo um preço especial. O seu conteúdo é transversal à problemática da guerra da Guiné e  refere a prestação de cerca de 60 unidades militares.
Farei o seu envio pelo correio ao preço 15 Euros, custos de porte incluídos.

Extracto do Livro:



Chegou ao cais do rio Meterunga o grosso do efectivo da Companhia de Caçadores 763, comandada pelo capitão Costa Campos, para a nossa rendição, dotada de 8 cães de guerra, treinados por si e por sua conta e risco, género de combatentes que os turras também já mobilizavam. Os cães vieram acrescentar-se aos passarinhos, às vacas, aos patos bravos, às árvores, à vegetação, a toda a magia da Natureza, na engrenagem da máquina de sacrifícios, de sofrimento e morte que era a guerra da Guiné. Pelos cães, pelo brasão e pelo guião, pusemos-lhe o nome da Companhia dos Cães. Os turras não terão visto o que vimos deles, mas sobrar-lhes-ão motivos para, posteriormente, os alcunhar de “lassas” (abelhas).
O abrigo do depósito de géneros do estacionamento estava escancarado e vazio. Havia dias que não se via o fumo das chaminés das cozinhas rodadas a elevar-se ao céu, a anunciar rancho quente, e o estado de ruína dos nossos aparelhos digestivos já tolerava melhor a fome que a ingestão das rações de combate da Manutenção Militar. Aqueles “periquitos” (fardas verdes) da rendição vieram de Bissau, com volumoso carregamento de mantimentos e de suficiência, ou soberba, na exibição do direito ao seu exclusivo proveito. Coube a nós, mais velhos e “maçaricos”, (fardas amarelas), manter os turras à distância, para a chegada das suas pessoas e bagagens e tivemos de continuar a contê-los, a seco, para o desembarque dos comes e bebes, próprios para gente refeiçoar. Alguém bichanou a ideia e começamos a magicar expedientes de como lhes surripiar um garrafão de vinho e um bacalhau, para dizermos o adeus às armas de Cufar com uma “punheta” (do dito).
A ambiência da guerra é vivida como de outro mundo; mas aqueles “periquitos” da Companhia dos Cães pareciam vindos de outro, tal era a disciplina e método incutidos à desestiva das lanchas e ao tráfego das suas provisões de géneros alimentícios. Treinavam os cães e parecia-nos que os cães os treinavam a eles. O seu furriel vagomestre supervisionava todos e tudo, omnipresente, e enviava uma espécie de “guia de remessa” pelos grupos que faziam o tráfego para o estacionamento, que o seu primeiro-sargento conferia no destino, presencialmente. Os garrafões partidos ou esvaziados por consumo na viagem eram-nos entregues, com a maior displicência, qual tarefa menor, pela nossa missão de segurança, para os levar a vazadouro, à montureira que o estacionamento havia criado, na margem direita do Meterunga, exterior ao perímetro da sua segurança, povoada por um bando de flamingos, originários do rio Cumbijã, e por uma colónia de abutres jagudis, que a putrefacção do lixo atraíra para ali.
Tamanha vigilância conseguia conter as nossas intenções predadoras. Justificava-se a falta de iniciativa da acção específica fazendo circular entre nós o trocadilho de que tínhamos “os cães da Companhia” à perna. Nenhum mal é absoluto e havia muito tempo que a vida nos ensinara a reverter em nosso proveito a pequena parcela de bem que todo o mal contém. A situação não nos escapará à melhor análise, para o desencadear da acção dela consequente. Um tiro de aviso seria decisivo; mas com coisas sérias não se brinca, a despeito de dispostos a fazer um séria brincadeira.
Saiu um aviso, dirigido àquele vagomestre, a alertar que os turras viviam a cerca de 2 km, com super-metralhadoras, morteiros e canhões, que a morosidade do serviço estava a colocar-nos em grande risco, pelo que a segurança disponibilizava dois elementos em seu reforço e ajuda.
A invocação da proximidade dos turras era eficaz a impor o respeitinho, monopolizador das atenções. A solicitude sensibilizou o vagomestre, a contribuir para a sua fragilização. Um dos disponibilizados encheu um garrafão vazio no rio, outro pegou num garrafão partido e começou a dissimular um desvio, em sentido oposto à montureira; ele deu em cima dele, a farejar furto, afrouxou a vigilância, já afrouxada pela solicitude e pela atenção a eventuais sinais dos turras, enquanto aqueloutro trocava o garrafão de água por um garrafão de vinho, que levou, na maior das calmas, a esconder na montureira. O vigilante voltou, contou e recontou os garrafões. Tudo em conformidade, tudo num ápice, como de um golpe de mão se tratasse. O inconfundível cheiro de bacalhau salgado andava no ar, a provocar-nos as suas memórias gustativas, libertado duma caixa rebentada, com dizeres “graúdo” a encimar o lote do dito, rabos e badanas esparramados - e as operações da desestiva das lanchas aproximavam-se do fim. A sorte protege a audácia, escrevera Virgílio, na Eneida. Ante essa iminência, a segurança instruiu e destacou um outro do seu efectivo, para ajudar “a esfolar o rabo” e dar fim a esse trabalho, que o vigilante se apressou a agradecer, sem reparar no pormenor de ele se apresentar com o dólmen camuflado, a contrastar com a generalidade, em tronco nu.
Era sabido que os turras não gostavam de andar à luz do dia e, partindo da ideia que estariam a descansar das suas noitadas operacionais, um vigilante foi destacado para irritar os abutres jagudis, que reagiram furiosamente, com o seu grasnar fúnebre, contagiando os flamingos e toda a passarada ao redor entrou em alvoroço. A segurança correspondeu ao alarido com a emissão do alerta de perigo, toda a malta se colou ao chão - o respeitinho que faltava, decisivo, pelos turras. O último “maçarico” disponibilizado para o “tráfego e estiva” mergulhou junto ao lote das caixas de bacalhau e atracou-se à rompida, para surgir a rastejar, no sentido da montureira, tendo alegado ao vigilante que ia “pela arma”. No sítio certo, largou dois bacalhaus, que levava sob o dólmen camuflado, badanas entaladas na cintura e rabos entalados nos sovacos, razão bastante e suficiente para provocar o imediato levantamento do alerta de perigo; logo ele foi retomar a sua tarefa de ajuda, agora com a arma, mas em tronco nu, tal como os “periquitos”.
Algumas horas passadas, aqueles dois bacalhaus estavam desfiados, dessalgados por açúcar, feitos em salada com as últimas cebolas picadas, regados com os restos de azeite e comidos (e “bebidos”), com a discrição aconselhável, no ventre do poilão sagrado, novo posto de sentinelas avançadas, no segmento que nos cabia na defesa da nomadização em Cufar. Os turras e o Irã da mata de Cufar Nalu portaram-se condescendentes. A irreverência não negligenciara a prudência; para não se correr riscos, como alvos de participação e acção disciplinar, a prevenir “porradas” e, também, pela ausência de confiança mútua, a praxe não foi respeitada, ao não se convidar o proficiente vagomestre da Companhia de Caçadores 763 a partilhar da petiscada, na nossa despedida da nossa estada de 65 dias naquele palco no coração da guerra da Guiné.

Contactos: Terras de Faria, Ldª
R. da Igreja, 44
4755-204  Faria/Bcl ou terrafaria@iol.pt


Saudações cordiais,
Manuel Lomba 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Voo 2760 50 ANOS DE HISTÓRIA - ALOUETTE III.



Encontro de gerações em evento comemorativo


No dia 20 de abril realizou-se nas instalações da Esquadra 552 “ZANGÕES”, sediada na Base Aérea Nº11, em Beja, o evento comemorativo dos 50 anos de operação do helicóptero ALOUETTE III (ALIII).
Este evento, que teve como objetivo assinalar este marco histórico, reuniu várias gerações de militares que trabalharam e trabalham com o sistema de armas ALIII e que recordaram vários momentos, histórias e tradições vividos no cumprimento das suas funções.
Por ocasião deste dia foram efetuadas várias atividades, a destacar a apresentação do helicóptero comemorativo com uma pintura alusiva à efeméride (ver simbologia da pintura); uma exposição estática com os helicópteros nas versões “canhão”, “evacuação médica” e “busca e salvamento”; a pré-apresentação do livro sobre os 50 anos do ALIII e o visionamento de um trailer do vídeo comemorativo.
Ao longo das cinco décadas a frota ALOUETTE III já totalizou mais de 300.000 horas de voo distribuídas em várias missões operacionais e de instrução, sendo desde 1978 operada pela Esquadra 552, a fiel depositária de todas as tradições das Esquadras de Helicópteros Ligeiros existentes em Portugal.
Os inúmeros feitos e contributos deste helicóptero ao serviço da Força Aérea e de Portugal, desde o início da sua operação até aos dias de hoje, permanecem na memória de muitos portugueses, quer pelas missões realizadas durante a Guerra Colonial e na manutenção de paz em Timor, quer pelas missões de interesse público, transporte tático e formação de pilotos de helicópteros no nosso país.

Voo  de origem:
EMFA






VOO 2759 – ANIVERSÁRIO DOS50 ANOS DO ALOUETTE III NA BA-11




Mário Aguiar
Metralha
V. N. de Gaia



Um grupo de companheiros lembraram-se da minha pessoa e montamos a operação Penafiel, Gaia, St. Maria da Feira, com destino ao Alentejo, arredores da cidade de Beja, precisamente Base Aérea nº. 11, para participarmos no aniversário dessa máquina de nós tão conhecida que se dá pelo nome carinhoso de ALL – III, mais sofisticado Alouette III, mas também muito conhecido pelo Zingarelho.




Como era seu aniversário teve direito a bolo, à presença de muitos amigos, e dos actuais chefes, CEMGFA, CEMFA, Comandante da BA-11, Comandante da Esquadra 552 e demais elementos, etc.

De parte do que por lá vi tirei fotos que passei para este pequeno filme, que vos deixo para poderem apreciar, recordar, etc.





Um abraço

Mário Aguiar

Voo 2758 UM MARCO HISTÓRICO NUMA AERONAVE.





Miguel Pessoa
Cor.Pilav.
Lisboa






domingo, 21 de abril de 2013

Voo 2757 EXCELENTE A ESCOLHA.







Fernando Moutinho
Cap.Pil.Av.
Alhandra





Boa tarde Victor
 Aplaudo com entusiasmo a qualificação de Paulo Moreno para a Direcção do BLOG.
Dedicado, estudioso e com entusiasmo no seu trabalho, merece a qualificação.
Certamente não desiludirá.
 Um abraço

F.Moutinho

VB: Boa Tarde Fernando, espero que esteja tudo bem convosco.
É de facto para nós motivamos de orgulho receber, de um grande MESTRE da nossa FAP e respeitado Tertuliano desta base, este tipo de apoio á entrada do Paulo no Comando. Quem melhor o podia fazer?!

Voos de Ligação:

Voo 2756 COLABORADOR DO COMANDO.









Bom Dia Companheiros.
Embora a assiduidade do nosso espaço não seja a desejada pelas mais variadas razões, procuramos sempre enriquecer o seu” património” através da contribuição, seja ela de que natureza for, dos seus tertulianos.
Assim, como consta na Ordem de Serviço (OS) de hoje dia 21 de Abril de 2013,é nomeado como colaborador do Comando o Paulo Moreno.
Pelas suas qualidades humanas, a capacidade de trabalho em prol da causa FAP,que apesar da sua juventude, tem sido demonstrado através do empenho desenvolvimento nas suas intervenções nesta base, consideramos que esta sua nomeação será uma mais-valia para o engrandecimento do bom serviço nesta unidade.

Tertúlia 21 de Abril de 2013

O Comando
Augusto Ferreira
João Carlos Silva
Jorge Mendes
Victor Barata  

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Voo 2755 A MINHA AJUDA AO SR.PAULO ALEGRIA.





Cristiano Valdemar
Esp.MMA
Sobreda da Caparica





Alguma ajuda ao Sr. Paulo Alegria
Aos tertúlianos e outros espreitadores votos de boa forma.
O pedido do Sr. Paulo Alegria, não fica desvendado, e nem sei se o tal filme da RTP informa onde estaria o tal Alouette ll, no entanto encontrei o escrito que envio em anexo que conta parte da história do heli, da sua BA e da sua esquadra em África.
Talvez apareça alguém  que não sabendo a matricula, mas sabendo a localização consiga identificar o emblema.





O texto foi recuperado em aerodino. no. sapo.
Um abraço 
Cristiano Simões

VB:Caro Companheiro Cristiano, visto não estarmos habilitados a poder reproduzir textos do referido Blog Aerodino, aconselhamos o Sr.Paulo Alegria “pesquisar” Aerodino na Net no intuito de encontrar o que pretende.
Temos que saber respeitas a privacidade de cada um.

Voo 2754 PARABÉNS VICTOR.






Santos Oliveira
2ºSargº.Mil.Ranger
V.N.Gaia





VOO 2753 – ANIVERSÁRIO DO COMANDANTE











Em nome dos restantes elementos do comando, e de todos os tertúlianos em geral, te damos os nossos parabéns Comandante Victor Barata, que este dia seja repleto de paz, amor, carinho e de tudo o mais de bom que seja possível te ser ofertado.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Voo 2752 AJUDA NA IDENTIFICAÇÃO DE UM EMBLEMA.




Paulo Alegria
Leitor do Blog


Exmo. Srs..

Para começar as minhas desculpas se não estou a enviar este email para o endereço certo, mas vinha por este meio solicitar a sua (vossa) ajuda na identificação de um emblema colocado na lateral de um helicóptero Alouette II.
Para tal, junto envio umas fotos, tiradas da internet, uma de um filme da RTP.
O meu interesse deve-se ao facto de eu ir fazendo uns perfis da nossa Força Aérea, que vou colocando no blog (http://templarsquadron.blogspot.pt/) e de neste momento estar a fazer o Alouette II.



Durante as minhas pesquisas na Internet e em livros encontrei muito poucas fotos dos mesmos e de muito baixa resolução. Numa dessas fotos retirada de um vídeo da RTP, reparei na existência de um emblema colocado na lateral do Alouette II, mas não consigo distinguir nada para o conseguir reproduzir.
Talvez o Sr. ou alguém que por lá tenha passado, segundo a RTP na Guiné, me pudesse esclarecer a que esquadrilha? pertenciam.
Caso não fosse abuso e se tal fosse possível disponibilizarem-me uma foto com o emblema.
Com o desejo das maiores felicidades para o vosso excelente blog, que para além de vos ajudar a recordar os bons e maus momentos por lá passados nos ajuda a nós, os mais novos, a saber-mos mais da nossa história, que por vezes parece que se quer esconder de todos.

 Com os melhores cumprimentos

Paulo Alegria

VB: Solicita-nos este nosso leitor a nossa colaboração para identificar o referido emblema.
Vamos lá companheiros mais “veteranos” puxar pelo PC próprio.