quinta-feira, 31 de maio de 2012

Voo 2388 O MEU OLHAR NO 35º. ENCONTRO DE ESPECIALISTAS DA BA-12, NO CARTAXO E VALE DE SANTARÉM.






Mário Aguiar
MAEQ/MARME
V. N. de Gaia



Boas companheiros anexo as fotos que tirei durante o nosso encontro de especialistas que passaram pela BA-12, e que este ano tiveram ao comando o nosso MMA – Manuel José Lanceiro, que coadjuvado por alguns companheiros que sem o estatuto de responsáveis deram o seu apoio e entrega à causa ao lado do nosso comandante.

Assim resolvi apresentar este nosso encontro segundo a lente da minha “maquineta fotografeira”, em dois filmes o primeiro durante a estadia no Museu Agrícola e do Vinho do Cartaxo, e o segundo da nossa estada no Vale do Santarém, na Quinta da Fonte Boa.

Parte I (A Aterragem)




Parte II (O Reabastecimento)





Pedindo desculpas por algumas das fotos não estarem nas melhores condições, bem como pelo atraso na sua publicação.



Por "motivos" tive que fazer umas pequenas alterações, pelo que os mais atentos se voltarem a visualizar estes pequenos filmes vão encontrar diferenças.


Um abraço a todos

Mário Aguiar


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Voo 2387 "Kinda e outras histórias de uma guerra esquecida" do Maj.Pil.Av.Carlos Acabado.





O autor, Carlos Alberto Branco Baptista Acabado, ingressou na Força Aérea como piloto, permanecendo 11 anos em África durante a Guerra de 1961-74.





Foram-lhe atribuídas as medalhas de Prata de Serviços Distintos e a da Cruz de Guerra, tendo passado voluntariamente à reserva no posto de Major.Pil.Av.






Título:
"Kinda e outras histórias de uma guerra esquecida"
Autor: Carlos Acabado
Editor: DG
1ªed. Linda-a-Velha, Fev2011
180 págs, 23x17cm
ISBN: 989-8135-61-2






Sinopse:

Numa escrita de qualidade literária inquestionável, revela-se o lado profundamente humano da vida militar, onde o entrosamento com as populações nativas e os seus valores são mais uma vez reveladores da maneira portuguesa de estar noutras terras, entre outras gentes.
 A elegância da linguagem, a forma viva com que são descritos os episódios narrados e vividos, o realismo imprimido à narrativa sem se tornar seco e demasiado chocante fazem desta obra um dos testemunhos mais interessantes sobre a guerra que as Forças Armadas Portuguesas travaram em África entre 1961 e 1974.
O seu autor, piloto da Força Aérea que viveu quase toda a guerra que se travou em Angola, foi um observador atento da luta que se desenrolava no terreno e verteu para estas páginas as suas vivências desses tempos em episódios revestidos com todos os ingredientes de que é feita uma guerra: por um lado violência dos combates, mas, por outro, cenas de grande humanismo que comovem até às lágrimas.
Como piloto, o autor soube aproveitar a distância que o “separava” do fragor do combate, que muitas vezes embota a consciência e o discernimento dos combatentes, para analisar os comportamentos e as reacções destes perante as mais variadas situações. Como ele diz na introdução, “da bruma densa que ainda hoje envolve a memória desses tempos de luta, emergem, como fantasmas, figuras reais cujos caminhos se cruzaram com o meu. Para os recordar como os vi então, retoquei-lhes o rosto e o perfil, roubando assim à morte, ao tempo e à vida, a possibilidade de os adulterarem. Fixei-os como se os olhasse numa fotografia antiga, onde os velhos parecem jovens e os mortos ainda riem, lembrando-os nobres e puros como eram quando, como figurantes, desempenharam um papel no drama que Portugal representou no palco
africano.”
Ao longo de quase 200 páginas Carlos Acabado, em tom de homenagem, expressa uma admiração profunda por todos os “últimos combatentes” do Império, reservando um lugar muito especial, como é de toda a justiça, para o papel desempenhado pelo pessoal da Força Aérea naquelas frentes de guerra, tanto no apoio de combate e nos reabastecimentos como nas evacuações, feitas, por vezes, em situações verdadeiramente dramáticas



Fonte : adfa-portugal.com
             ultramar.terraweb



Excerto:
CHISSOIA 
               

Quando a luz difusa que anuncia o amanhecer tropical começou a dar cor ao casario da cidade , havia já na marginal um movimento desusado. Ao fundo da avenida, frente ao porto, a praça fora engalanada com bandeiras e a tribuna erguida na véspera, recheada de cadeirões forrados a veludo vermelho, aguardava, imponente, a chegada das individualidades. Comemorava-se o dez de Junho e Portugal, de Camões e da raça, e os heróis iam ser solenemente exaltados.
             Do alto do pedestal a estátua do navegador, erguida no centro do largo, olhava a baía a que os raios do sol nascente douravam já as águas tranquilas, como se aguardasse ainda a chegada das naus, deslizando suaves e silenciosas, como cisnes negros de asas brancas.
             Nesse tempo, a população descia dos morros e barrocas sobranceiras á zona ribeirinha, esperando que os nautas varassem os botes na praia para o encontro dos mundos que "o mar já unia". Agora, a baía, que se recorta como um sensual dorso de mulher, foi pudicamente coberta com o manto verde das palmeiras da marginal, e na comunhão dos mundos só as naus estão ausentes. Portugal e o mar ali estavam , marcando presença perante uma população que, a pouco e pouco, tomou a cor da mestiçagem de sangue e vivência, deixando perplexo, quem se interrogasse, de que raça se iriam enaltecer as virtudes naquele dia!
             A praça fora enchendo. As cadeiras da tribuna tinham sido ocupadas e um general, em voz monocórdica e enrouquecida, lia o discurso onde salientava que quinhentos anos de esforço, e querer, uniam o herói que, ali imortalizado em pedra, olhava absorto o oceano sem fim, aos heróis de hoje que, frente á tribuna, aguardavam o agradecimento da Pátria reconhecida.
             Perfilado, com a dignidade de um bem-nascido, altivo no camuflado verde, o Chissoia aguardou o chamamento e a leitura do louvor em que era descrito o seu acto de bravura. Subiu os degraus da tribuna e, como se fosse talhado em ébano, sem mover um músculo, abriu o peito largo onde o general, quase em bicos dos pés, lhe colocou uma cruz de guerra, dizendo-lhe em voz baixa que Portugal sentia orgulho por ter filhos como ele. Regressou ao lugar na fila dos heróis e, erecto, assistiu ao desfile de estandartes dos batalhões espalhados pelos confins do território, à  passagem do corpo de fuzileiros, do regimento de comandos, dos flechas e dos leões de Cabinda, que em marcha acelerada entoavam canções guerreiras. A cavalaria fechou o desfile a galope curto, com garbo e tradição.
            Era impressionante a portugalidade que se respirava e as gentes, de todas as cores, que tinham emoldurado a praça, ao dispersarem derramavam na cidade a confiança inabalável no Portugal granítico e multirracial que, naquela manhã, tinha estado presente naquele largo, frente ao porto.
 

Quando conheci o Chissoio era ele já um veterano de guerra, não que fosse velho, pelo contrário, apenas começara cedo e aprendera depressa. Parece que desde pequeno acompanhava o pai como pisteiro de elefantes.  O Lucusse, onde nascera, era uma zona de passagem dos paquidermes que, nos seus itinerários até ao rio Lungué-bungo, muitas vezes destruíam o trabalho de meses no arranjo das lavras. Entre os animais e os aldeões travava-se uma luta pela sobrevivência, em que nem sempre eram os humanos os vencedores. Era assim natural que os caçadores , convidados pelo governador do distrito ou pelos homens importantes da província, fossem vistos com agrado pelas populações, pois além de abaterem alguns animais, afugentando por algum tempo as manadas, deixavam toneladas de carne que, mesmo dura e fibrosa, o soba e o velho Chissoia ficavam encarregados de distribuir. Aos brancos só os dentes interessavam, e o velho pisteiro aguardava que os crânios enterrados apodrecessem para lhes retirar as presas que, numa próxima visita, entregava já limpas de medula.
            Foi nessa época que os Chissoias, pai e filho, se tornaram amigos de gente importante. O profundo conhecimento das matas e a perícia em seguir e interpretar trilhos como quem lê um livro, aliados à camaradagem que a aventura comum proporciona, permitiu-lhes sentarem-se, conversar e comer lado a lado com os grandes da terra que, amiúde, os presenteavam como prova de reconhecimento. O prestígio do velho Chissoia era grande perante as populações, não só dos povoados próximos, como de toda a região.


Corriam tranquílos os primeiros anos da década de sessenta. A luta que se ateara no norte do território não tinha chegado ainda às planícies sem fim do leste. As matas eram seguras e, logo pela manhã, as mulheres seguiam em fila e sem receios, para as lavras onde recolhiam lenha e mandioca para o sustento da prole.


Uma madrugada apareceu no Lucusse um grupo de gente estranha à região. Vinha armada e queria falar com o soba. Depois de uma longa conversa, e perante a atitude de incompreensão e até de alguma hostilidade, o chefe do grupo resolveu utilizar um meio de persuasão mais eficaz e, perante a população aterrorizada, fuzilou o soba por ser um chefe corrupto e o velho Chissoia por ser lacaio dos colonialistas. O filho fugiu para a mata e, passados dias, chegou à capital do distrito, onde contou o sucedido. Acompanhou depois a força militar que foi enviada para a zona e seguiu, até ao fim, a pista de rastos humanos como o pai lhe ensinara a seguir a dos elefantes.
             A partir dessa época ficou ligado ao destacamento militar que foi aquartelado na povoação. O seu conselho e actuação foram sendo cada vez mais imprescindíveis, acabando por ser integrado nas forças irregulares, chefiando um grupo de homens escolhidos por si e com relativa autonomia.


Quando a luta de defesa do território foi alargada ao leste para suster a tentativa do inimigo de alcançar o planalto central por essa via, a táctica das nossas forças teve que se adaptar ao terreno plano e com grandes extensões pouco povoadas. A Força Aérea iniciou então uma colaboração íntima nas operações terrestres, proporcionando uma maior mobilidade através de helicópteros e aviões ligeiros. Foi nessa época que conheci o Chissoia, e muitas horas passadas em amena conversa,  junto das fogueiras que aqueciam as noites frias das savanas  de leste, caldearam a amizade e a admiração que desde então sentia por ele.
 Uma tarde, quando o crepúsculo já anunciava a noite que cairia breve, perto do lago Dilolo, quando o seu grupo dava protecção a um movimento das nossas tropas, houve uma emboscada e dois soldados feridos jaziam no chão dentro do campo de tiro do inimigo, que continuava a alvejá-los. Passado o primeiro momento de surpresa, o Chissoia levantou-se e, a descoberto, com a arma ao quadril, fazendo fogo para se proteger, foi buscar um e, depois, o outro, arrastando-os para lugar mais seguro.
              Foi por esse acto de bravura que o Chissoia esteve presente naquele dez de Junho, em que o general se esticou para lhe pendurar a condecoração na farda honrada e que, passados tantos anos, algures num recanto de Portugal, dois homens de meia idade podem recordar, em reuniões de família, como uma vez, quando estavam no Ultramar, um preto lhes salvou a vida.
  

O ano de setenta e quatro decorreu convulso! A esperança inicial, transmitida pelos novos políticos no poder, em vez de tranquilizadora e bem colocada, parecendo ter a percepção da complexidade dos problemas a enfentar, fora substituída por dúvidas cada vez mais angustiantes. As cidades tinham acolhido com palmas os guerrilheiros vindos das matas, aplaudindo-os como actores inesperados, num final de acto antecipado e improvisado, mas antes do fim do ano muitas das mais importantes povoações eram já palco de lutas entre os diversos movimentos , com recurso a armas pesadas, que destruiam tudo o que fora construído com sacrifício e amor.
              As Forças Armadas portuguesas, desviadas dos seus objectivos e da sua missão, assistiam a tudo como espectadoras, ocupando, salvo raras excepções, um lugar pouco digno.
              A partir do meio do ano setenta e quatro, começaram a chegar a Lisboa os soldados do fim da era imperial. Traziam estampada no rosto, na farda e na mente, a parte negativa da revolução.                       
              A população civil começara há muito a sair face à insegurança em que se passou a viver , e muitos de nós, militares, habitávamos as casas vazias onde tínhamos vivido com as famílias, aguardando o fim da missão.


 Uma noite ouvi um bater tímido de palmas no quintal da casa que ainda ocupava. Quando abri a porta, o Chissoia e a família estavam à minha frente.
              "Preciso de ajuda!" atirou, quase envergonhado.
              "Entrem e sentem-se por aí", disse, apontando os caixotes onde embalava o que queria levar de regresso a Lisboa. "Cadeiras já não há!", conclui.
              A mulher e os filhos acocoraram-se, silenciosos, junto à parede da sala. Eu e ele sentámo-nos frente as frente, como sempre tínhamos feito, cada um em seu caixote.
              "Estamos abandonados!", começou "Três dos meus homens foram detidos por um dos movimentos de libertação, e foram mortos..."
              "Não pode ser", interrompi "Vocês terão que ser protegidos nos acordos que se fizeram" afirmei, procurando eu próprio dar convicção ao que dizia.
              "As patrulhas deles procuram-nos sem que alguém nos dê protecção!..."
              "Isso não faz sentido! A responsabilidade aqui ainda é nossa... o comandante do batalhão é a autoridade!", exclamei indignado.
              "Fui ao comando militar hoje à tarde. Um tenente de barbas, que parece ter chegado há pouco tempo, disse-me uma coisa que me deixou sem dúvidas..."
              "O que foi?", perguntei.
              "Quando soube o meu nome, perguntou o que é que eu esperava que acontecesse aos lacaios e traidores do povo...". As lágrimas dançavam-lhe nos olhos sem cair, como se a raiva e o orgulho as segurassem. "Isso foi o que disseram ao meu pai em Lucusse antes de o fuzilarem...", e num desabafo murmurou "Só que esses eram negros... um tenente branco não me pode dizer isso... porque aqui o traidor é ele... eu fui condecorado, o general disse-me que tinha orgulho de mim, de um português como eu... quando esse homem souber o que me disseram..."
              Olhei-o cheio de amargura, sem ter a coragem de lhe dizer que esse general assumira agora outras funções e que ele, Chissoia, era uma ligeira sombra na sua memória, nas suas preocupações... talvez na sua consciência.
              Desceu sobre nós um silêncio pesado e trágico. Olhávamo-nos mudos. Os caixotes em que nos sentávamos e a casa vazia que nos albergava pareciam ser tudo o que restava do mundo em que até aí tinhamos vivido.
 

Subitamente, a filha mais nova, com os cinco anos a reluzirem-lhe na face risonha, levantou-se e, sem quebrar o silêncio, foi apanhar do chão uma boneca de cabelos loiros que uma das minhas filhas tinha deixado para ser enviada nos caixotes. Voltou a acocorar-se junto à mãe com a boneca nos braços, cantando-lhe baixinho uma canção de embalar, que certamente aprendera com as mães negras do bairro onde vivia.
              A pouco e pouco a força telúrica da melodia, quase murmurada, foi aquecendo o silêncio, enchendo-o da energia profunda da África eterna, renascida das cinzas, verdejante depois das queimadas. A alma foi-se-nos erguendo como se a canção fosse um hino que nos devolvia o ânimo e, em silêncio, ambos procurávamos já a solução que todos os problemas têm.  
              "Eu posso arranjar passagens para Luanda no avião de amanhã" alvitrei, buscando saída.                    
              "Luanda não é o meu povo. Só lá fui uma vez..." referia-se à data da condecoração "Lá ficamos ainda mais desprotegidos".
              "Posso tentar que vão para Portugal, mas, pelo que sei, não vai ser fácil nem rápido", disse, recordando as notícias que nos chegavam pelas tripulações.
              "O mais dificil é sair daqui com a família. Com eles não consigo passar sem ser visto".
              "Mas sair para onde?", perguntei, sem vislumbrar a solução.
              "Tenho gente na mata, que me mandou recado. Há movimentos que não se importam de nos aceitar. Precisam de homens com experiência para as guerras que vão chegar."
              "Que posso fazer?", interroguei com desalento, pensando no papel que teríamos ainda que representar na tragédia que se vislumbrava já no horizonte.
              "Aquela pista que uma vez abrimos para utilizar só em operações especiais, continua boa e abandonada...", sugeriu a medo, consciente do que pedia "Podemos ser postos lá?..."
              Eu tinha presente a localização da pista. Fora aberta na orla de uma mata, longe de povoações, apenas para ser utilizada em operações que se desenrolassem perto da fronteira.
              "Já mandei os meus homens sair da cidade, só ficaram duas mulheres, eu e a minha família; se nos puder ajudar..."


Sabia o risco que corria ao dizer-lhe que sim. A zona já fora evacuada pela nossa tropa e, ainda que isolada, poderia andar perto algum grupo que não hesitaria em abrir fogo se nos visse aterrar.
              Pela minha memória passou aquela madrugada em que tinham chegado ao acampamento os dois soldados feridos, mas salvos pelo Chissoia.
              O Portugal que eu era devia um sacrifício, um acto de gratidão, ao Portugal que ele, Chissoia, deixara já de ser.
 

Dormiram essa noite na minha casa depois de ter ido buscar, furtivamente, as duas mulheres e mais duas crianças, evitando as patrulhas que circulavam pelas ruas desertas da cidade. De manhã, muito cedo, meti-os no jeep que ainda me estava distribuído, e dirigi-me à base onde tinha o avião para regressar a Luanda logo que a minha missão ali estivesse cumprida.
              Desloquei e tomei o rumo da pista que nos aguardava na mata. Daí ao Lucusse seriam uns dias de caminho árduo, mas era preferível percorrê-lo a serem abatidos como traidores.
              A faixa deserta estava mergulhada no silêncio hostil das coisas abandonadas. Tudo estava agora vazio, dominado pela mata que parecia querer recuperar para si a pista, como cicatrizando uma ferida aberta. Aterrei e, para não parar o motor, mantinha-o a baixas rotações. O hélice provocava um som triste de chicotadas que, repercutindo-se de árvora em árvore, ia morrer nos confins da floresta.


O Chissoia ajudou a família a descer rapidamente do avião, conhecendo perfeitamente o perigo que todos corríamos se, por acaso, um grupo dos novos senhores da guerra nos surpreendesse. Ao sair colocou-me, num gesto mudo, a mão sobre o ombro, dizendo assim tudo o que nem eu nem ele tínhamos coragem para dizer. Depois, caminhou apressado à frente do seu pessoal em direcção à mata. As mulheres e os filhos seguiam-no em fila indiana. Não teve mais um olhar, mantinha o porte altivo e digno que sempre lhe conheci. Um a um, vi-os desaparecer entre as árvores, como se a floresta os engulisse. Só a mais pequena, a última da fila, se deteve um instante e, voltando-se, com a boneca de cabelos loiros na mão, fez-me adeus e sorriu, num gesto puro de quem não sabe que se despede para sempre.
              Fiquei a olhar o sítio onde desapareceram, aguentando a solidão imensa que me gelava a alma. Quantas traições, quantos abandonos e deslealdades serão necessários para erguer e desfazer um Império? Em quantas praias desertas teremos deixado companheiros? Em quantas matas teremos abandonado gente que em nós confiou? Quantas vezes desertámos das responsabilidades que assumimos? Quantas vezes traímos?
 

Desloquei e, já no ar, dei por mim a pedir a Deus protecção para o camarada perdido.
              No dia seguinte, o mecânico que passou inspecção ao avião, entregou-me uma medalha de Cruz de Guerra que encontrou caída no chão, junto ao banco em que o Chissoia se sentara.                         


VB:É por estas e outras que nos orgulhamos de sermos da FORÇA AÉREA!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Voo 2386 PARABÉNS... VOA PORTUGAL!



6º ANIVERSÁRIO






Mensagem:
O projeto “Voa Portugal” comemorou dia 18 de Maio o seu “6º Aniversário”.
Uma data que não podemos deixar passar sem umas simples palavras de reconhecimento a todos aqueles que nos têm apoiado ao longo destes 6 anos de vida. Muito foi feito, muito certamente ficou por fazer. A “História da Aviação em Portugal” merece-o, esta nossa pequena contribuição ajudou certamente a que muitos pudessem conhecê-la melhor.
Fiel aos seus princípios, é com orgulho que o “Voa Portugal” ocupa o seu espaço por direito próprio. Consciente do muito que há ainda por fazer, com os recursos escassos que possui, vale-se da contribuição de todos os que o ajudam.
Uma palavra de apreço para todos os que possibilitaram que este projeto fosse uma realidade, nunca serão esquecidos.
A Administração do “Voa Portugal”

VB:Caros Amigos,em nome de toda a estrutura envolvente do Blog “especialistasdaba12” e Tertúlia “LINHA DA FRENTE”, desejamos as maiores felicidades e a continuidade do vosso excelente trabalho pela causa AERONAÚTICA.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Voo 2385 O DAKOTA DA TAP,NO MUSEU DO AR.





Fernando Castelo Branco
1ºSargº.MMT
Terceira
Açores




AMIGOS
Para matarem saudades,renvio com  MUITO gosto,para Homenagear OS que dignamente voaram muitas horas neste tipo de aeronaves, sujeito a arriscar e até perder a VIDA.
Um abraço com SAUDADE E AMIZADE.
Nota:Este  foi-me enviado por um Sobrinho, que hoje serve uma AERONÁUTICA mais moderna.
Fernando Castelo Branco

Quem não se lembra do velho "Dakota"??? Uma justa homenagem...

Transferência do DC3 do Museu da TAP que se encontrava, desde 2005, a degradar-se num canto dum hangar da Manutenção.
Finalmente, na madrugada do dia 23 de Maio de 2012, foi para a exposição no Museu do Ar, onde será a atracção principal.
A operação decorreu graças à vontade de todos (ANA, F.A., INAC e TAP), mas todo o trabalho foi coordenado pela equipa de logística do Museu do Ar que recorreu a uma empresa de transportes especiais.




Legenda: ainda em Figo Maduro (1h00)

Legenda: ainda em Figo Maduro (1h00)

Legenda: Transpondo o  muro da BA1 / Sintra (5h00)
Legenda: Transpondo o muro do Museu do Ar / Sintra (6h00)


Legenda: A chegar a casa (6h15)

Legenda: A chegar a casa (6h15)

Legenda: Definitivamente em casa / Sintra (6h30)

Voo 2384 O 35º ENCONTRO DE ESPECIALISTAS DA BA 12 (VI).








Fernando Moutinho
Cap.Pil.Av.
Alhandra





Boa noite Víctor
Desejo agradecer ao Manuel Lanceiro e "acólitos", a oportunidade que nos deram no nosso Encontro de sábado passado.




Legenda: Entre o António Febra e o Fabricio Marcelino.
Foto: Manuel Pais (direitos reservados)

 Podem ter tido muito trabalho mas, deverão sentir-se recompensados pelo Êxito do Encontro.
Muita saúde para todos e disposição para mais no futuro. 
Um grande abraço de reconhecimento.
Moutinho
Voos de Ligação:

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Voo 2883 O NOSSO 35º ENCONTRO DA BA 12, (V)





Arnaldo Sousa
Esp.MMA
Lisboa





Bom aqui vão algumas fotos do nosso almoço no Cartaxo.



Legenda:  Momento em que nos era prestada uma palestra sobre a visita guiada ao museu do vinho.

Pode ver-se,da dir/esq,(?),Br'as,Álvaro Eugénio,Matias e o Hélder Patrício.

Foto: Arnaldo Sousa (direitos reservados)



Legenda:  A chegada dos participantes que ficavam de imediato a conversar sobre o passado.

Foto: Arnaldo Sousa (direitos reservados)





Legenda: Aqui dois "Américos" o do lado esq., o Dimas,que veio propositadamente de Angola,onde se encontra a exercer a actividade profissional,para estar presente neste encontro,mostram fotos da Guiné sobre o olhar atento do Jovino Chão. Um caso curioso é que o Américo foi substituir o Américo Dimas.

Foto: Arnaldo Sousa (direitos reservados)




Legenda: Dois emblemáticos ESPECIAIS,o Manuel Pais e o Rogério Sousa.

Foto: Arnaldo Sousa (direitos reservados)





Legenda: E O Brás em amena cavaqueira com o Cor.Pilav.Pessoa.

Foto: Arnaldo Sousa (direitos reservados)




Legenda:  Aqui temos o Rui Custódio em conversa com Grilo.
Foto: Arnaldo Sousa (direitos reservados)

Numa das fotos vemos, do lado esq. a conversar com o Grilo, o  Rui Custodio que em 1975 caíu com um helicóptero com o gen. Pires Velozo cmte da Regiao militar Norte,tendo sido os dois os sobreviventes,os outros 4 ocupantes morreram devido ao incêndio. O Rui mais tarde foi fazer uma comissão à Guiné com um helicóptero como cooperante e tem muitas histórias para contar !
UM ABRAÇO

Voo 2882 O 35º ENCONTRO DOS ESPECIALISTAS DA BA 12 (IV).






 



Fabricio Marcelino

Esp.MMA
Leiria 



Bom dia comandante Barata e restante tripulação.
O almoço-convívio que tivemos no passado sábado, no Vale de Santarém, demonstrou mais uma vez, a grata amizade que nutrimos uns com os outros e, a nossa elevada postura, respeito e boa educação.
Foi bonito verificar, alguns colegas acompanhados com as suas famílias e, todos em conjunto, recordarmos os bons e maus momentos vividos na nossa Força Aérea. Estávamos alguns dos mais antigos, dos quais faço parte e, muitos dos nossos seguidores.
A organização esteve também impecável e, assim se proporcionou, um sábado familiar muito agradável.
Desejo que tenhamos saúde para nos encontrarmos muitas mais vezes.
Parabéns aos organizadores e, não podemos, nem devemos, deixar de agradecer, ao comandante desta aeronave, Victor Barata, que ao criar o Blog, criou um meio de comunicação brilhante entre nós, servindo para nos aproximarmos e, para proporcionarmos encontros destes, com esta elevação.
Um muito obrigado
Um abraço
Marcelino




Legenda:Um dos momentos de grande felicidade do evento, encontrar o recordar o passado com o Cap.Pil.Av.Fernando Moutinho aqui ao meu lado direito.
Foto: Manuel Pais (direitos reservados)




Legenda: Nesta  foto, eu e o  Cap.Pil.Av. Fernando Moutinho, ladeamos o  António Febra. outro  MMA contemporâneo da  Guiné.  

Foto: Manuel Pais (direitos reservados)




Legenda: Um aspecto da recepcção aos participantes no exterior do edifico.

Foto: Manuel Pais (direitos reservados)




Legenda: Dois grandes companheiros da Guiné,o Manuel Lanceiro MMA á esquerda e o João Mesquita Melec á direita.

Foto: Manuel Pais (direitos reservados)




Legenda: Esta mesa é a imagem fiel da antiguidade e união desta grande família ESPECIAL. Do lado esqº,Rogério,Lino e o Nuno,faltando o Manuel Pais que foi o fotografo. Do lado Dirº,o João Carlos,Arnaldo Sousa,Brás,este último não me recordo do nome. Repare-se que o Nuno de que entro em 51 e o João Carlos de 79!
Foto: Manuel Pais (direitos reservados)

Voos de Ligação:


Voo 2881 PARABÉNS CARLOS.





Guiomar Silva
2ºSARG MELEC
Abrantes/Moita




Quero endereçar os meus sinceros parabéns ao meu colega da 1ª de 68 Carlos Ferreira.
Um abraço para o restante pessoal.



Voo de Ligação:




domingo, 27 de maio de 2012

Voo 2880 35º ENCONTRO ESPECIALISTAS DA BA-12 - III





Miguel Pessoa
Cor. Pilav
Lisboa







 Legenda: Do lado esquerdo, alguns dos elementos da linha da frente Fiat G-91 na BA-12 em 1973,Adelino de Sousa, Vicente Bráz, Arnaldo, do lado direito o Rogério, Lino, Manuel Pais e Nuno
Foto: Miguel Pessoa (direitos reservados)



Legenda:Da esq/dir. Pinho,Silva,Nobre,Gil Moutinho,(pilotos),Victor Rodrigues(mecânico),distinto advogado em Tomar,


Foto: Miguel Pessoa (direitos reservados)






Legenda: Momento muito significativo e marcante  este ,em que um grupo de malta,liderado pelo Manuel Lanceiro, oferece á Giselda o gancho de cabelo que a malograda Enfª Celeste usava quando foi vitima mortal do hélice do DO 27 em Bissalanca. Emocionante!.



 Foto: Miguel Pessoa (direitos reservados)



Voo 2879 35º ENCONTRO ESPECIALISTAS DA BA-12 - II







Manuel Pais
Esp. ABST
Porto










Caros Amigos

Para registo envio esta singela participação no almoço de confraternização.




Legenda: Bolo Comemorativo
Foto: Manuel Pais (direitos reservados)




Legenda: O nosso comandante Víctor Barata em cumprimento ao Nuno, Especialista mais antigo neste encontro, de 1953.

Foto: Manuel Pais (direitos reservados)





Legenda: Dois precursores da nossa FAP, Capitão piloto Fernando Moutinho e 1º Cabo Especialista MMA Fabrício Marcelino
Foto: Manuel Pais (direitos reservados)


Um abraço,


Manuel Pais