sábado, 31 de março de 2012

Voo 2788 Um novo paradigma na vida dos Especialista






Paulo Castro
Esp. OMET
Porto



Meu caro Comandante, pessoal da Linha da Frente.
Não peço desculpa pela minha ausência deste fórum já que este só deverá ser  utilizado quando tivermos algo para dizer, mesmo que seja um simples olá.
É esse olá que quero transmitir que não é propriamente um atestado de vida. Essa vai correndo.
Segundo o meu PC  “personal computer”,  para se não confundir com o autor (PC), são 21h38, do dia 30/03/2012 quando ataco este email.
A última coisa que quereria nesta abordagem era ser narcisista. Contudo há factos que a história é inequívoca. O mesmo é dizer que ela fala por si.
Objectivando.
Sou fundador, o sócio Nº 1, presidente honorário, e fiel depositário da medalha de mérito aeronáutico, de terceira classe, que na comemoração dos 25 anos foi atribuída a essa entidade, pelo então CEMFA, Sr.  General Vaz Afonso.
Obviamente que falo de uma Instituição que é muita querida à esmagadora maioria dos Especialistas, que não a todos obviamente, e que dá pelo nome de Associação de Especialistas da Força Aérea.
Trata-se de uma Instituição fundada em 1976 com um único e paradigmático objectivo.
Objectivo esse que apesar de vertido em sede de regulamento interno, muitos poucos o conseguem explicitar. E quando quero falar do “espirito intrínseco do Especialista” conforme (ainda) preceitua o Art. 4º

“3A congregação de todos os antigos e actuais Especialistas possibilitando-lhes, além do expresso nos números anteriores, a possibilidade de desenvolvimento cultural, convívio, treino físico e apoio social, como forma de manter vivo o espírito intrínseco do Especialista da Força Aérea.” Estou a falar de Especialistas da Força Aérea.
Confuso?
Sei que não, mas para os menos avisados deverei clarificar e se não for suficientemente explicito estarei disponível para detalhes.
Os Especialistas da Força Aérea apareceram com o surgimento da Força Aérea Portuguesa (FAP) a 1/07/1952. A FAP herdou a história, os meios e o pessoal das então extintas Aviação Naval e Aviação Militar. Contudo inovou-se, modernizou-se e foi empreendedora (já ouvi isto).
Constituiu um verdadeiro corpo de elite, mais agregado pela missão que pela situação. Foi daí que nasceu o Especialista, que o Capelão Pedro reverteu em “o mau filho de boas famílias”.
Comandante se estiver a empalear mande destroçar.
Esses espécimen tendem a extinguir-se, aliás como a própria AEFA, cumulativamente, tende para a extinção. Nada de novo. Conforme formos partindo é menos um, até que o resultado da subtração seja zero.
O verdadeiro Especialista finalizou-se em 1974 quando já não houve rendição nos teatros de operações. Dizem os estudos científicos e diz o empirismo. Com alguma benevolência poderemos aditar a este grupo aqueles que, bem estruturados psicologicamente, conseguiram beber dos veteranos os
necessários ensinamentos. Eu tenho conhecimento de alguns, mas que em 1978/79 ou passaram á disponibilidade sem matéria de facto para transmitir o espírito ou que, por processos legítimos de carreira, mudaram de estatuto.
Com muta boa vontade não vejo nenhum Especialista com “espírito intrínseco” para aquém de 1980. Pura e simplesmente perdeu-se.
Enquanto presidente da Direcção tive o ensejo, sob o alto patrocínio do Senhor General Vaz Afonso, num processo que já vinha do Senhor General Aleixo Corbal, contactar os Especialistas no activo tentando explicitar o espírito da AEFA. E, invariavelmente a primeira questão colocada, depois de duas horas de explicitação dos objectivos da AEFA, era: “E quanto à renovação dos nossos contratos o que podem fazer?”
NADA!
Mas mesmo assim destaco aquilo que terá sido o mais emblemático das nossas direcções e de aqueles que me acompanharam.
Em 1987 estevimos naquele que foi o movimento mais empolgante e mais relevante sobre o que aos antigos combatentes diz respeito comopode atestar, à falta de outros meios o site (http://ultramar.terraweb.biz/MonumentoNacionalCombatentesUltramar_ReptoAntonioAlmeida.htm).
Mas foram muitas mais.
Amanha será eleita uma direcção liderada por alguém que distorceu todo o processo associativo há já dois anos. Vai ser líder, mas nunca será um líder dos especialistas porque viveu um período do pós-especialista. E os Especialistas possuem convicções, é essa a nossa principal causa é essa a nossa principal arma.
Alguém que mentiu ao tribunal, alguém que agiu de má fé, alguém que colocou a dignidade os especialistas nos tribunais civis, em vez de o ter feito nos nossos ”clubes” não merece crédito. Por muita boa gestão que faça impôs-se por ter queimado a terra.
Aos restantes elementos, mesmo de 1981, as maiores felicidades em prol da AEFA.


 
Paulo Castro
Licenciado em Geografia
Mestre em Riscos, Cidades e Ordenamento do Território
Pós-Graduado em Direito das Autarquias Locais e Urbanismo