sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Voo 1971 O MEU PADRINHO DE BAPTISMO,MEU HERÓI.



Mário Felizardo
Esp.MAE
Leiria


Meus caros camaradas, há muito que por aqui não passava, creio que desde o voo 1000. Não passava, não será o termo adequado, mas sim não participava. Por duas razões: por motivos graves de saúde, já que o motor, mesmo depois de ter levado 3 tubos "novos", voltou a romper 1 deles, e por isso mantive-me ausente; o 2º motivo foi o facto de há uns meses atrás, ter dado conta de uma certa "turbulência" por aqui, e se há condições "atmosféricas que não gosto, é exactamente essa. Mas pronto, parece que o "tempo" melhorou, e vamos lá então prosseguir os voos.Foi com uma ENORME emoção que me deparei com o voo 1954 do nosso companheiro

Fernando Moutinho, meu contemporâneo na BA5 na fase de 1966, (eu na inspecção às cabeças do Sidwinder). Meu caro Moutinho, veio mexer com os meus sentimentos ao publicar aquela foto de grupo. É que nela consta o meu herói de infância...de seu nome Albano Melo Pereira...meu conterrâneo, meu vizinho e meu padrinho de baptismo. Foi ele que despertou em mim o interesse pelos aviões e logo que pude lá fui parar, não como piloto nem como especialista de electrónica que era já a minha profissão na vida civil, mas como Especialista de Armamento e Equipamento. Mas voltando ao meu herói, muito gostaria que se assim o entender, meu caro Moutinho, me falasse mais dele, recordo os seus voos rasantes na minha aldeia (Monte Redondo-Leiria), sobre a casa dos pais que era junto da minha.
Legenda:Local onde o piloto Melo Pereira aterrou de emergência com o Hurricane.
Foto:Mário Felizardo(direitos reservados)
Inicialmente com o Hurricane, com o qual haveria de aterrar com uma emergência num campo agrícola bem próximo, e do qual junto fotografia. Neste voo, acompanhava-o outro Hurricane, quem me garante que não pilotado pelo nosso amigo?...Mais tarde, após ter saído da FAP, 1967, tirei a licença de PPA e o 1º voo foi exactamente, à minha terra, e fazer o circuito que ele fez na emergência, foi digamos que uma pequena homenagem do afilhado que durante cerca de 2 anos, havia orado TODOS os dias, enquanto hospitalizado na Estrêla, a recuperar do GRAVÍSSIMO acidente que sofreu na Carreira de Tiro de Alcochete, com o F-84, como certamente se recordará. Foi até hoje, creio, o único sobrevivente de um acidente do género. Ficou com mazelas (queimaduras) até final da sua vida que foi relativamente curta, já que, como certamente saberá, faleceu há cerca 15 (?) anos na África do Sul.E era com o F-84 que me deslumbrava sobre a minha terra, era exímio a fazer o Vrille e a sair em baixa altitude creio que não seria muito fácil fazê-lo com aquela aeronave, o meu amigo o confirmará. Era um rebelde por natureza, disso sempre se queixaram os pais. Mas era o meu padrinho, foi o meu herói.
Saudações aeronáuticas para si e para todos.
PS: para os nossos camaradas administradores deste FANTÁSTICO Blog, reparo que não publicaram a foto que vos enviei do meu grupo da recruta que sendo a 1ª de 1964 (Fevereiro), hera-mos de 1963.
Um forte abraço a todos. e até sempre.
--
Mário Sérgio Felizardo
VB :Realmente esta tua ausência já nos causava alguma interrogação, mas, embora com algumas mazelas, cá te temos de novo nesta base.
Situações como esta, em que"encontras" aqui na placa o teu contemporâneo Fernando Moutinho, não só a ti que te deixam emocionado, como a nós nos regozija de alegria pelo facto de reconheceres objectivo que pretendemos dar a este espaço.
Agora vamos aguardar que o Moutinho satisfaça a tua solicitação

Voo 1970 EVACUAÇÕES.




Fernando Moutinho
Cap.Pil.
Alhandra






Acabei de ler o último vôo de Fabrício Marcelino.

Será que ainda estivemos juntos? Iniciei essa comissão nos primeiros dias de Julho de 1963.

Mas, a razão principal deste mail, será o de acrescentar um pouco mais algumas recordações dessa época.

Reviver algumas evacuações mais insólitas.

A primeira, vinha da Ilha do Como onde decorria a Operação Tridente.

Já a escurecer, ao aterrar em Bissau, da Torre perguntam-me se tenho combustivel para efectuar uma evacuação de Teixeira Pinto. Após resposta afirmativa perguntarão-me se estava disponível para a efectuar. Resposta afirmativa mas que me garantissem a pista de Teixeira Pinto iluminada (com viatiras) à chegada. Ao chegar a Teixeira Pinto sou surpreendido com uma iluminação tão vasta que me dificultou a aterragem. Eram luzes por todo o lado. Parecia um arraial luminoso. Enquanto se carregavam as duas macas, aproveito para pedir ao Comt de Batalhão para reduzir o número de viaturas.

Assim se fez. Efectuei 1 hora de voo nocturno nesse DO-27.

Legenda: A aeronave Dornier DO 27 na placa de estacionamento da Base Aérea nº 12,Bissalanca.
Foto:EspecialistasdaBA12(direitos reservados)

A segunda já ao fim do dia, chega um pedido de evacuação para 2 feridos após emboscada do IN na zona de Olossato. As nossas forças estavam a regressar ao quartel com os feridos, a evacuar do aerodromo local. Simplesmente era quase noite.Como a noite estava escuríssima, pedi apoio dum T-6 para o regresso, em virtude do DO-27 não ter RadioCompass. Lá fui e fiquei a agurdar a chegada dos militares. Simplesmente o tempo foi passando e o T-6 teve de regressar. Finalmente chegaram 2 viaturas com os feridos. Eu e o mecânico, na escuridão lá acomodamos os feridos mas, ... surpresa, os miliatres e as viaturas desapareceram. E, nós com os feridos sem qualquer espécie de iluminação para nos ajudar. Como a pista era grande e relativamente larga, resolvemos tactear a descolagem com auxílio do farol que só era útil com a cauda no ar. Pouco motor, em frente, mas, íamos directos à margem esquerda. Nova tentativa com uma correcção e já com a cauda no ar foi fácil continuar.

Situações por vezes complexas.

Um abraço


Moutinho


VB: Bom-Dia Fernando.
Ao ler este teu voo,e recordando algumas das evacuações em que participei,fiquei com uma interrogação muito grande: Em que condições eram feitas estas evacuações naquela época ( 1963)?

Suponho que efectivamente devem ter estado juntos na Guiné,certamente que têm episódios em comum.Vamos aguardar por eles.


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Voo 1969 MEMÓRIAS QUE NÃO DEVO ESQUECER - II


Nuno Almeida
Esp.MMA
LISBOA








Esta memória, excepto nalguns pormenores, pouco difere da relatada anteriormente.
Mas, como o objectivo a que me proponho é o de relatar o que se vivia, e o que se sentia, no terreno, nomeadamente nas evacuações, aqui vai a estória de uma outra evacuação que para sempre se me fixou na minha mente e nos meus sonhos e que me modificou para sempre.

Passo a relatar:

Levantámos vôo (omito o nome do piloto) para uma operação que se designava "comando de sector" e que consistia em ir recolher um Coronel (creio que em Bambadinca) e visitar as unidades que ele comandava.

Estávamos na 3ª ou 4ª visita, quando o piloto recebe ordem para deixar o Coronel no aquartelamento mais próximo e seguir para uma zona onde as nossas tropas tinham sido atacadas, e onde era necessária uma evacuação urgente.

Assim se fez e, chegados ao local, avistámos o oleado (amarelo/laranja?) indicando-nos o sítio para aterrar.

Esse sítio era numa pequena clareira, entre árvores com cerca de 20 metros de altura, pelo que o piloto teve que descer à vertical, comigo de porta aberta a dar-lhe conta das distâncias entre os rotores e as árvores.

Assim fomos descendo, até que, já bem perto do chão, reparo que na traseira havia alguns pequenos arbustos que iriam danificar o rotor de cauda se descêssemos mais.

Aviso o piloto, que de imediato, ordena que as tropas em terra, cortem ràpidamente esses arbustos, e ficamos em estacionário, a cerca de 3 ou 4 metros do chão, no meio daquele poço entre árvores enormes, e damos conta que nelas estão dezenas de macacos (creio que babuínos) enormes que ameaçam querer saltar para o heli.

Enquanto os homens em baixo, cortam os arbustos, eu continuo de porta aberta a informar o piloto da distância entre as pás e as árvores, e ao dar uma olhadela mais penetrante para baixo vejo um homem de camuflado, amputado das duas pernas acima dos joelhos e que, insistentemente, coloca as mãos juntas, como que a orar, e de seguida bate com o indicador direito no pulso esquerdo, e que, só ao fim duns segundos, percebo que ele me quer dizer: "por favor, depressa, já não tenho muito tempo"!!!

Aterrorizado, faço-lhe sinal que já só faltam uns segundos, e fico ali a receber e a enviar sinais de que já está quase, mas com uma profunda angústia, pois parece que os arbustos nunca mais são cortados, apesar dos gritos desesperados e ameaçadores que o piloto endossa para os homens em terra.

Finalmente, após o que pareceram horas, conseguimos aterrar, e salto com a maca para junto do homem ferido. Coloco-me pronto para o levantar, segurando-o pelos ombros, com dois homens, do outro lado, para o içarem pelos coutos que sobravam do que tinham sido as suas pernas, quando ao baixar-me, vejo que, aqueles olhos que sempre estiveram a falar comigo, se fecham e a sua cabeça pende para o lado, terminando, ali a sua existência terrena.

Desata tudo num lamento e num choro que, homem algum, normalmente, confessa ter feito.

O dilema põe-se: O homem está morto. Devemos levá-lo ou deixar que sejam os seus camaradas a transportá-lo, pela mata, até ao aquartelamento? Ouço o piloto gritar-me: "poeta, põe o homem cá dentro!". Assim fiz, e, já no ar, o piloto reporta, via rádio, que o evacuado acaba de falecer em pleno vôo.

Chegado à BA12, fiz a inspecção e lubrifiquei o heli, e, depois de um banho tomado, fui para o Bar dos Especialistas, beber umas cervejolas e esquecer o que tinha visto, porque isso só era para relembrar muito mais tarde, numa noite de sobressaltos, muitos anos depois.

Nuno


Voos de Ligação:
Voo 1962 MEMÓRIAS QUE NÃO DEVO ESQUECER.

Voo 1968 Sangue na guelra, a juventude inquieta


Victor Sotero
SargºMor EABT (Refº.)
Damaia






Ao "Comando", à "Linha da Frente", a todos os "Zés" que nos visitam, as minhas saudações Aeronáuticas.

Meu Comandante:
O artigo do "nosso" Miguel Pessoa sobre "O LARGO DO LICEU", fez recordar em mim uma passagem na messe de Especialistas do A.B.3.
Não me recordando bem, mas recorrendo ao meu "imaginário" livro de recordações, lá encontrei já muito amarelecida pelo tempo, a folha com uma pequena história que hoje, não lembrava ao "diabo".
A "cagança" de um "Zé" Especialista, levava por vezes a tomar atitudes que pouco tempo passado se arrependia mas que pelo tempo fora nunca se esquecem.
Na messe de Especialistas, éramos servidos à mesa por um empregado civil, chamado Rodrigues.
Na sua ausência, em períodos de férias ou por outro motivo qualquer, então vinha um rapaz angolano da cozinha, que não sendo um "artista" lá nos ia servindo da melhor maneira que sabia.
Normalmente ao jantar, sendo uma refeição mais fraca, por vezes havia o desejo de uma repetição. Com o Rodrigues, havia sempre mais qualquer coisa. Com este "amigo", o Moisés, nunca havia repetição.
Repetiram-se alguns dias sem que fosse possível uma repetição com este rapaz, que meio a sorrir, meio a gozar, lá me ia enganando.
Um dia, disse-lhe:
Se amanhã não houver repetição, levo-te a "ver" o grilo.
Por aquelas bandas, abundavam os grilos. Insecto enorme e acastanhado que por vezes, nos seus voos, nos faziam "mossa" quando nos acertavam.
Um dia, ao jantar, perante a negativa da repetição, levantei-me da mesa e pegando-lhe no braço, disse-lhe:
-Anda cá fora ver o grilo.
Sem oferecer qualquer resistência, o Moisés veio até à porta da messe. Afastei-me um pouco e enfiei-lhe com dois pontapés nas traseiras e um empurrão que o levou a cair por cima da relva.
Um pouco nervoso, regressei à mesa.
Claro que os "Zés" queriam saber o que se tinha passado. Eu apenas dizia que o tinha levado a "ver" o grilo.
Muito pouco tempo depois regressou o Moisés com o seu sorriso "enganador". Ia para continuar o seu serviço se o não tivesse chamado e perguntado se tinha visto o grilo.
-Disse-me que não.
-Amanhã, se não houver repetição, vais "ver" o grilo. Amanhã, é que vais "ver"!...
No outro dia, houve repetição. Havia repetição para quem a pedisse.
Um dia, apanhei um grilo, meti-o numa caixa de cartão e mostrei-o ao Moisés.
Éramos amigos.

Nota:- Claro que hoje seria incapaz de fazer o mesmo, para mais, sabendo depois, que os restos da comida eram para levar para a "sanzala".
Desculpa Moisés. Angola é tua.

Meu "Comandante"
Despeço-me do "Comando", da "Linha da Frente" e de todos os "Zés" com as minhas saudações Aeronáuticas.
Até breve.

Sotero

Voos de Ligação:
Voo 1961 O LARGO DO LICEU.

Voo 1967 AMIGO NUNO; também "choro CONTIGO"...


Fernando Castelo Branco
1ºSargº.MMT
Praia da Vitória
Terceira-Açores







“OUTRA VEZ”?!….


Pois é COMPANHEIROS;…o TEMPO passou; mas continuamos a “ter que ir á formatura”?!…
O Comandante, é SEMPRE o MESMO!… E o “nosso DEUS” ; o tenha por muitos anos; mais o Seu STAFF…(de certeza que; com ESTES, não haverão carecadas e reforços de castigo…)
Desta vez; foste TU ; NUNO; “POETA”, que depois de; ser novamente RECORDADO; NO INÍCIO deste BAÚ da SAUDADE E AMIZADE; está novamente na “formatura”…
AMIGO, não sei se no ESPAÇO de FAP, 69/1980; nos cruzamos na OTA ou qualquer outra Unidade da FAP; mas de certeza(?); foste falado como foi entre VÁRIOS; o NOSSO VAZ de CARVALHO; FILHO ; do Nosso Saudoso Capitão TOCART VAZ DE CARVALHO; (que esteve no principio da minha carreira MILITAR, como Soldado Aluno e no FIM da INJUSTA INTERRUPCÇÃO da minha “sonhadora” carreira Militar; agora ;Aluno PRIMEIRO SARGENTO a tirar o Curso de Furriéis; (sem nunca após 25 DE ABRIL 1974; ter usado sapatos castanhos quando deviam ser pretos, com salto, barba comprida e cabelo grande; para ser do QP)…que quando estava de Oficial de Dia; “apresentava-se” BEM uniformizado; mas com o VERDADEIRO ESPIRITO DE OFICIAL; que NÃO deixava de ser HUMANO, porque não aceitava que lhe fossem ao gabinete; de Oficial de Dia, mostrar e “obrigá-lo” a provar o que seria o “rancho”…Contudo;… um dia; na formatura do ALMOÇO; (2ªREFEIÇÃO); eu distraidamente, tinha o meu bivaque um pouco para trás na cabeça e deu para ficar com uma franja de cabelo, mais sobressaída; levei com a pasta que ELE, habitualmente trazia; (não sei se era os planos de voo das aeronaves que faziam instrução ou que estavam (????)supostas a aterrar na OTA;”?? …uma vez; o Oficial de Dia era o também SAUDOSO CAPITÃO TOCART SILVEIRA e o Controlador; era o AMIGO FONSECA; “ QUE ERA DE VISEU”; mandou-o preparar a pista; porque o tecto na PORTELA; (AB1); estava baixo e o DC6; vinha da GUINÉ e trazia evacuados; FERIDOS; talvez, tivesse que alterrar na OTA; não foi necessário; porque ;”divergiu” para a BA6; MONTIJO”???…..… ou se eram os Livros da Cultura HUMANA que ELE já mostrava ter); porque aturava muito BEM as “nossas tropelias” da ALTURA; desde o trocar de serviços(matar reforços ou metermos dispensa de fim de semana e ficarmos na Base, para ganharmos mais 20$00 e assim termos um fim de MÊS, mais gordinho) ; deu-me com a dita e disse; oh aluno; põe lá esse bivaque para a frente, porque NÃO quero que sejas parecido com a BEATRIZ COSTA.…
AMIGO NUNO; esta; é para TI;… mas “desculpa-me”, porque a FERVURA DOS TEUS 21 ANOS; por mim TAMBÉM já passaram e agora a lucidez que eu gostava de ter; já começa a ser com turbulência e com pouca visibilidade e talvez, eu já não tenha no teclar deste computador; a mesma sensibilidade que TU tinhas; porque as Missões obrigavam-TE;?!....
FÔSTE MUITO ESPECIAL; e é natural que muitas vezes as LÁGRIMAS dancem nos TEUS OLHOS; porque fomos JOVENS; mas tínhamos carne e osso e que agora muitas vezes; a pele; fica como “pele de galinha e com os olhos vidrados”…Eu também fico e não tenho vergonha que ouça; os HOMENS não choram….
Pelo que sei de TI; És um BOM EXEMPLO; para quando recordarmos as nossas conversas de CLUBE DE ESPECIALISTAS; fiquemos alguns momentos a “planar”na LINDA VIDA, que ORGULHOSAMENTE SERVIMOS….
Um abraço AMIGO de quem gostou de ter iniciado uma VIDA em CABO ESPECIALISTA da FAP; não só porque a FARDA era BONITA; tinha as cores do CÉU AZUL…



Fernando Castelo Branco


PS: AMIGOS, é natural que nesta MINHA MENSAGEM, exista incorrecções; na escrita; mas; o principal sentido é de poder-VOS abraçar por esta VIA…

Voos de Ligação:

Voo 1966 EVACUAÇÕES



João Henrique
M/Rádio
Vancouver
Canadá




Começo por cumprimentar o comando e todos os zés desta Base.

Ao ler o artigo sobre o almoço no Entroncamento, do pessoal que esteve em Tancos, confesso que fiquei com pena e ali tão perto de Alcanena.
Passando às evacuações, posso dizer que nunca participei directamente pois nunca sai da Base.
Assisti sim uma vez, a um Nordatlas que foi a Nova Lamego buscar um grupo de feridos, não posso precisar quantos eram, mas cerca de 15, talvez.

Legenda: Entrada para o Nordatlas na BA12

Foto: João Henriques (direitos reservados)


Estive na Torre de Controle até o avião aterrar, já era noite escura. Havia dentro de mim qualquer coisa que me dizia para ajudar.

Já havia na pista, ambulâncias e Helis, houve uma tamanha atrapalhação, que eu acabei por pegar numa ponta da maca e com toda a gente a correr, encaminhei-me para o Heli , apoiei a ponta da maca à entrada e diziam-me para entrar, mas como emocionalmente comecei a fraquejar, desviei-me para entrar outro.
Isto aconteceu próximo ao 25 de Abril, aconteceu também que devido à confusão, houve trocas de feridos, algum mais grave que deveria ter ido no Heli, foi na ambulância e vice-versa.
Esta foi mais uma que mostrou o desempenho dos especiais e o seu profissionalismo.
Mais um abraço a todos e até ao próximo voo.
Que continue o convívio.

Legenda:Guiné, jantar em Safim : Esqª para a Drtª camisa preta, eu, o próximo de preto Saial, Governo, Fresco, Viegas de bigode e Rodrigues, os outros não me recordo os nomes.

Foto: João Henriques (direitos reservados).

Legenda: Clube de especialistas em Tancos.

Foto: João Henriques (direitos reservados).

Legenda: Tancos, uma macacada.

Foto: João Henriques (direitos reservados).

Voos de Ligação:

Voo 1965 X ALMOÇO DOS MILITARES DA BASE AÉREA Nº3,TANCOS.

Voo 1962 MEMÓRIAS QUE NÃO DEVO ESQUECER.

Voo 1959 UM MECÂNICO DE HELICOPTEROS NA GUINÉ.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Voo 1965 X ALMOÇO DOS MILITARES DA BASE AÉREA Nº3,TANCOS.








Carlos Ferreira
Esp.Rádio
Coimbra


X ALMOÇO CONVIVIO DOS MILITARES E CIVIS INCLUINDO FAMILIA QUE PASSARAM PELA BASE AÉREA N.3-TANCOS


DECORREU NO PASSADO SÁBADO DIA 23 DE OUTUBRO O EVENTO ACIMA REFERIDO.
.PELAS 10:00 HORAS EM FRENTE À IGREJA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA NO ENTRONCAMENTO, COMEÇARAM A APARECER OS PRIMEIROS PARTICIPANTES. ATÉ ÀS 10:30 OS ABRAÇOS DA ORDEM E O CONTAR AS ÚLTIMAS.
ÀS 10:30 ENTRÁMOS NA IGREJA E ASSISTIMOS À MISSA CELEBRADA PELO PADRE BORGA. FINDO ESTA TIRÁMOS A FOTO DE FAMILIA E ENCAMINHÁMO-NOS PARA O EMPREENDIMENTO TURISTICO DA QUINTA DA PEDRA BARQUINHA - ENTRONCAMENTO.
OS DESENFIADOS DA MISSA JÁ POR LÁ ESTAVAM, E PARA OS CONHECIDOS VAI DE ABRAÇOS E PALEIO.
PELAS 12:00 HORAS COMEÇÁMOS A DAR AO DENTE E SÓ TERMINÁMOS CERCA DAS 17:00.
CORTOU-SE O BOLO DE ANIVERSÁRIO BEBEU-SE O ESPUMANTE DA PRAXE, NOMEOU-SE A COMISSÃO PARA 2011 E CADA QUAL RUMOU ÀS SUAS TERRAS,
DOS QUE POR LÁ ESTAVAM E ULTRAPASSAVAM AS DUAS CENTENAS, RECORDO E CONVIVI COM O GENERAL ESTEVENS, CUBAS OS CABOS PRIMOS FIGUEIREDOS DA ASSEICEIRA OS IRMÃOS JOAQUINS (OS GEMEOS) CAP.BERNARDO CORREIA DE RADIO, CAP.DOMINGUES E MUITOS OUTROS QUE SE CRUZARAM CONNOSCO TANTO AQUI COMO NAS TERRAS QUENTES DE ÁFRICA.
PASSOU DEPRESSA ESTE DIA A QUE NÃO DEIXOU DE COLABORAR O S.PEDRO, SINAL DE MAIS UM DIA MEMORÁVEL.
PARABÉNS PARA A ORGANIZAÇÃO QUE TUDO FEZ BEM.
CARLOS FERREIRA M/RÁDIO DA 1.A DE 68

Voo 1964 UM HOMEM TAMBEM CHORA.




Fabricio Marcelino
Esp.MMA
Leiria

Como eu te compreendo Nuno Almeida! O relato
que fazes no VOO Nº1962, fez-me recuar muitos anos e relembrar coisas antigas e horríveis.Como é do conhecimento de todos,eu era da linha da frente dos F-86F.

Por tal motivo, eu não ia fazer evacuações. Sempre reconheci os perigos de vida a que eram expostos os colegas que o faziam. Refiro-me a todos, sem excepção,pilotos,mecânicos e enfermeiras.Embora não fosse fazer evacuações,pelos motivos apontados,não me inibiu, de ter que agarrar por variadas vezes, em feridos graves e esventrados.Passaram 48 anos, mas dos muitos que me passaram pelas mãos, recordo ainda hoje o dia 8 de Dezembro de 1962.Era o dia da mãe nessa altura.Tanto os pilotos,como mecânicos éramos poucos e os ataques constantes. Os mesmos tinham-se intensificado uns dias antes,os aviões só estavam parados o tempo suficiente para as inspecções,abastecer e municiar. Nós andávamos todos derretidos, com falta de descanso e, passávamos de uma escala para outra, sem interrupção.Recordo, que nesse dia tinha deixado o alerta de 24 horas,em que tivemos várias saídas durante a noite e, por tal motivo, também não dormimos,de novo.Às 9 horas entrei de mecânico de dia à Base.O Broussard, andava constantemente a sair, para fazer evacuações.

Dos muitos feridos que chegavam e, que recebi,recordo um oficial da Marinha, que tinha uma perna decepada um pouco abaixo do joelho,apenas presa por um tendão na parte traseira.Mas aquele que recordo com muita mágoa, é a de um soldado do exército, que vinha esventrado, com as vísceras de fora, com um colega a segurar.Para se poder tirar do Broussard, e colocar na ambulância, tive que agarrar também as mesmas, para as colocar no abdómen.Recordo igualmente, os gritos de horror daquele homem,que não tinha ainda tomado qualquer medicamento, a gritar pela mãe e a pedir-nos por Deus que o salvássemos. Logo que a ambulância foi para o hospital eu fechei-me dentro de um F-86F e chorei como uma criança,porque o horror vivido foi tal, que era impossível aguentar sem chorar.E volto a repetir,para mais era o dia da mãe!
Soube no dia seguinte que aquele homem tinha falecido.Mais um bravo militar que deu a vida pela Pátria.A mesma pátria que o esqueceu até hoje, como a tantos milhares de militares!
Termino porque as lágrimas já brotaram.Um abraço a todos

domingo, 24 de outubro de 2010

Voo 1963 XXXV ENCONTRO DOS "KAMANGAS"

XXXV ENCONTRO

13 DE NOVEMBRO DE 2010

A concentração é na Quinta do Lago pelas 11.30 horas, seguindo-se o Almoço.

O organizador é o José Chambel, telefones 965 481 543 ou 241 871 414 ou josechambel@yahoo.com.br.

As inscrições deverão ser efectuadas até 30 de Outubro.

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