terça-feira, 26 de janeiro de 2010

VOO 1439 QUE NÃO SE SENTE?!...


António Loureiro
Fur.Mil.PA
Figueira da Foz
Lindo

Dá-me licença senhor Comandante Barata
Apresenta-se o ex-Fur.MilºPA-Loureiro

Simplesmente lindo
Mais uma vez sou surpreendido positivamente por este magnífico site.
Vinha para dar azo ao meu pensamento por certas reacções que julgava já não terem cabimento, mas não sou capaz.
Ao ler a mensagem do voo nº. 1438, seguido daquele vídeo, não me contive, chorei e voltei a chorar, estive largos momentos incapaz de reagir, aquele toque de silêncio penetrou bem fundo dentro de mim. Instantaneamente fui-me lembrando dos camaradas e amigos brancos e pretos que que caíram na defesa dos superiores interesses da Nação, não me interessa se a guerra era justa ou injusta, pois não me compete a mim, um zé ninguém, arvorar-me em responsável de decisões para as quais não tive e nem tenho competências para tal.
O certo é que, face à excelência da execução e à beleza do toque inserido no contexto em que foi tocado, pedi perdão a Deus pelos meus pecados e compaixão pela alma dos meus queridos e finados defuntos que perderam a vida em defesa do solo pátrio.
É perfeitamente natural e aceito pacificamente, que haja outras maneiras de analisar a mesma realidade, afinal, a verdade não é absoluta e, cada um, certamente terá a sua.
Apesar de coabitar com o sofrimento alheio, ainda consegue haver situações que me tocam no mais profundo dos meus sentimentos.
Há mais de 20 anos que sou voluntário da Cruz Vermelha Portuguesa com tripulante de ambulância e como tal, escusado será dizer o que já me passou pelas mãos, e podem acreditar que ali não há "artistas", quando conseguimos vencer, ficamos felizes, e quando somos vencidos, dá-nos uma imensa tristeza e ficamos sempre com a ideia de que, se calhar, possivelmente, talvez pudéssemos ter feito mais alguma coisa se tivéssemos mais este ou aquele meio ou se tivesse sido possível ter chegado um pouquinho mais cedo.
A completar este cenário, também a minha filha é Enfermeira e, de imediato, me pus no lugar daquele pai que certamente projectava a sua continuidade naquela querida filha e, com aquele terrível momento de infelicidade, viu-se assim, de repente, tal como outros, condenado a viver angustiado o resto da sua vida, afinal para que?
Paz à alma daquela jovem que galhardamente ostentava o nosso uniforme.
1 abração generalizado
Loureiro

Voos de Ligação:
Voo 1438 Homenagem à nossa Celeste.

VB: Bom-dia Loureiro.
Pois se não conseguiste conter a emoção ao ler o “plano de voo”1438,devo dizer-te que o mesmo me aconteceu a mim para o redigir e agora para ler este teu voo!
Recordo-me muito dos que partiram,e que defenderam a causa Aeronáutica, que tão esquecidos foram e são.
Resta-nos aguardar, com um longo tempo pelo meio,da hora de partirmos para a mesma Base onde se encontram agora estacionados.