domingo, 24 de janeiro de 2010

VOO 1433 A MINHA VIDA NA FAP.



António Loureiro
Fur.Mil.PA
Figueira da Foz






Dá-me licença senhor Comandante BARATA.
Apresenta-se o Ex-Fur.MilºPA-Loureiro-Figueira da Foz

Obrigado

Desde que "descobri" este Site, faz faz parte dos meus hábitos dar-lhe mais do que uma vista de olhos por dia, tal é a importância que têm para mim os relatos destes "maduros" que, por uma ou outra razão, fazem questão de manter viva a mística que a todos engrandece, ser ESPECIAL.
Como recordar é viver e estamos numa fase da vida em que, infelizmente, paulatinamente, uns de cada vez tirarão bilhete só de ida para um voo a que ninguém escapará, há que reconhece-lo e aceitá-lo como um facto irreversível e natural.
Porque fui sempre ligado à mecânica, sem desprimor para as outras especialidades, os MMA, foram e são a especialidade da minha eleição.
Em 1968, ainda o fardamento era o cinzento, os MMA usavam o seu distintivo ao peito, as asas com duas chaves de bocas cruzadas que, tirando os pilotos e os paraquedistas, mas isso era outra "guerra", eram os únicos que eu via ter o privilégio de orgulhosamente os ostentar, perdoem-me se estou enganado.
Eu comecei a trabalhar na mecânica ainda menino, com 14 anos, trabalhando de dia e estudando de noite e como o meu pai e o meu irmão eram torneiros mecânicos e serralheiros de manutenção, claro está, o meu destino bem cedo ficou traçado e quando cheguei à Forca Aérea já tinha 7 anos de "tarimba", era sindicalizado com a categoria profissional de torneiro mecânico de 2ª. Classe, já tinha portanto, percorrido os escalões de Aprendiz, Ajudante, Pré-Oficial e Oficial de 3ª.
Quando me apresentei na BA7-S.Jacinto, era PA mas pouco, o senhor Capitão da Esquadra de Pessoal quando soube que eu era torneiro mecânico, já naquela altura não havia muitos, tratou de me colocar nas oficinas por naquela altura, não me lembro porquê, não haver nenhum naquela Base e assim, segundo ele, eu vinha mesmo a calhar.
Todo o meu trabalho era praticamente para as oficinas dos MMT e dos MMA, mantendo-me nesta situação uns meses valentes, nunca perguntei mas penso que quem controlava aquilo eram os Abastecimentos.


Como Cabo Miliciano, a Camarata , o Clube, o Refeitório eram os mesmas que os Especialista e daí a minha ligação afectiva a esse pessoal tão atinado e com quem gostei de conviver e partilhar uma boa parte da minha vida.
Ainda naquela Base, estive colocado na Secção de Vencimentos, sendo da minha responsabilidade o processamento dos vencimentos dos Praças Especialistas e do Serviço Geral, por assim dizer o "grosso da coluna" do efectivo.
Mais tarde, a meu pedido, fui transferido para a BA3-Tancos, e quase como uma malapata, colocaram-me também nas oficinas, encarregado de, em parceria com um Cabo Especialista creio que EABT, do controlo de todo o pessoal civil nas mais diversas profissões, bem como todo o tratamento das folhas de obras e folhas de ponto etc.
Mais tarde, começamos a "inventar" e tivemos que procurar outro impedimento, tendo eu ido para a Esquadrilha de Instrução da PA e o outro Cabo para a área dos Abastecimentos.
Era para seguir a carreira das pistolas mas virei a "agulha" e, ainda estava na FAP, quando meti o requerimento para ir como voluntário para as Forças Provinciais em Moçambique, o que aconteceu logo após ter passado à disponibilidade, onde andei em encontros inconvenientes desde Vila Gouveia, Mungári, Nhassacara, Macossa, Chôa, Guro, Inhaminga, Mungári e Changara, etc etc, bem perto de Tete, onde por vezes ia tomar um chopinho, normalmente à Taberna do Cigano.
Tal como outros Zés que por aqui têm relatado as suas memórias, quando podia também ia passar uns diazinhos (sempre poucos), à cidade da Beira ou Lourenço Marques para recarregar as baterias.
Depois do 25 ABR74, como já ninguém se entendia em Moçambique, assinei contrato com as Forças Armadas Rodesianas, onde fui 1ºSargento dos Selous Scout e andei em situações de maus encontros na fronteira com Moçambique nas zonas do Zumbo e Mucumbura bem como em quase toda a fronteira com a Zâmbia, seguindo para montante o Rio Zambeze até à Barragem de Kariba.
Brevemente vou fazer 63 anos, encontro-me na situação de reformado da Portucel/Soporcel, onde desempenhei as funções de Chefe de Turno de Produção de Pasta.
Pertenço ao Núcleo de Especialistas de Coimbra, onde vivi desde os meus 2 anos até à idade de ir para o serviço militar.
VB.Olá Loureiro.
Desde já nas nossas felicitações pelo facto de,depois de cumprires os requisitos ,integrares a tertúlia "LINHA DA FRENTE". É para nós sempre motivo de regozijo recebermos um companheiro novo neta casa.
Bom,depois das boas-vindas,vamos aguardar pela tua assiduidade neste espaço,fazendo com que se torne mais enriquecido com as tuas histórias.