quinta-feira, 27 de agosto de 2009

VOO 1149 OS XECAS.














José Leal
Fur.Mil.PA Mueda
Caminha



Funcionando um pouco diferente das outras Armas das Forças Armadas, na Força Aérea, as rendições do pessoal que estava em África, era feita a nível individual, ao contrário por exemplo do Exército, feita por Companhias ou Batalhões.
Assim, no caso de Moçambique, os militares chegavam à Beira e depois eram colocados nos Aeródromos ou Bases existentes na Província. As Bases situavam-se na Beira, Nampula e Lourenço Marques e os Aeródromos em Nova Freixo, Nacala e Tete.
O Zé chegou à Beira no último dia do ano de 1971. Depois de 11 horas no Boeing 707 da Força Aérea, após saída de Lisboa e escala de 1 hora em Luanda, ei-lo chegado à Beira. Saiu de Lisboa com chuva torrencial e 2º.C e chegou à Beira com sol abrasador e 45ºC de temperatura.
Após o desembarque e apresentação no Comando, a preocupação foi preparar a noite de Passagem de Ano e esperar pela colocação que iria acontecer dois dias depois.
Com o Pascoal, que já o acompanhava há mais de um ano nas lides militares e mais meia dúzia de camaradas, , iam-se fazendo palpites sobre a sorte que iria calhar a cada um.
- Para todos os lados menos para Tete, ia pensando o Zé em voz alta. Vocês já viram se vos sai Tete na rifa? Ainda a semana passada lerparam um Tenente e um Capitão com uma mina, à saída da Base... sabem que chamam àquela merda o cemitério dos vivos?
- Se os gajos distribuírem esta merda direitinho, ficamos aqui na Beira ou apanhamos Lourenço Marques. O pessoal que veio connosco é mais novo que nós e deve alinhar para os piores sítios, ia Pascoal fazendo futurologia.
- Com a sorte que temos tido, vamos mesmo ter a Tete. Já reparaste que fomos mobilizados com tanta gente mais nova à nossa frente e que ficou? Foi por causa das bombas em Tancos, não tenhas dúvidas, dizia Zé, já preparado para tudo. (uns meses antes de embarcarem e quando se encontravam na Base Aérea de Tancos, a ARA-Acção Revolucionária Armada, tinha colocado bombas no hangar, destruindo cerca de 20 aviões e helicópteros).
No dia 2 de Janeiro de 1972, todos se dirigem ao Comando para saberem as suas colocações e receberem as guias de marcha para os locais de destino. Como o Zé tinha previsto, do grupo vão dois para Tete, ele e o seu amigo Pascoal
- Não há-de ser nada, que se lixe. Entre mortos e feridos alguém tem de escapar, pen- Zé e Pascoal na BA3 em Tancos saem e dizem a uma só voz os dois amigos.

Um dia depois, lá estavam os dois dentro do NordAtlas (avião utilizado essencialmente para transporte e largada de pára-quedistas), preparados para o vôo de 2 horas que os levaria a Tete.
As primeiras impressões á chegada foram bastante negativas, mas não era de isso que agora queríamos falar.
Toda esta introdução foi feita no intuito de dizermos, que semanalmente chegava a Tete, pelo menos um novo militar para a Base. Normalmente o avião chegava nas manhãs de 5ª feira, partindo depois do almoço. Quando havia muita urgência no transporte, era utilizado também o avião das linhas comerciais, o Boeing 727 da DETA ( Linhas Aéreas de Moçambique), que escalava Tete três vezes por semana. Assim, havia todas as semanas, gente nova a chegar à Base.
Tal como os caloiros, alunos que frequentam o 1º ano da universidade, os militares chegados a Moçambique idos da Metrópole, eram apelidados de “Xecas”.
Em Junho de 1973, o Zé já era dos mais antigos na Base e resolve “institucionalizar” a praxe, a que se dá o nome de “julgamento dos xecas”, todo um ritual que acabava por ser uma forma de ambientar e quebrar o desânimo do novo camarada que chegava. Eleito o maior dos “VCC” (velhinhos como o car....), o nosso Zé assumia o papel de advogado de acusação, cabendo ao “Manuel Papelão” (este figurão já vocês conhecem da história anterior) o de “Juiz Supremo”.
A monotonia da Base, nas horas de “pausa” da guerra, era quebrada todas as semanas com o julgamento de mais um xeca, que podia ter 20 ou 50 anos, e que não tinha qualquer hipótese de escapar à brincadeira.
O plano de recepção estava elaborado há muito e era cumprido à risca. Três ou quatro camaradas, por volta das 10 da manhã dirigiam-se para a placa (local de estacionamento dos aviões depois de aterrarem) à espera do xeca. Após o desembarque, aproximavam-se do xeca, davam-lhe as boas vindas e com um sentido “paternalista”, situavam-no no local e situação que iria viver nos próximos dois anos.
- Isto até nem é tão mau como dizem, assegurava um deles.
- O ambiente na Base é porreiro, come-se bem, o tempo até passa depressa.... continuava o outro.
- O maior problema que aqui temos é um gajo que “está apanhado pelo clima” (está louco) e que de vez em quando arranja algumas chatices. Está obcecado com os xeca; vê lá para o que lhe deu, e têm-lhes um “pó” de morte (raiva, ódio, na linguagem popular). Com ele é que te tens de pôr a pau, não dando muito nas vistas; só num ano já matou 3 xecas no dia da chegada, avisava em tom sério e coloquial outros dos receptores.

O início do julgamento. Manel Papelão a presidir, Neves à esquerda, a defesa e Zé à direita, a acusação

- Mas isso é inconcebível.... deixarem um tipo desses à solta sem ninguém fazer nada, ripostava incrédulo o xeca Ribeiro, 22 anos, piloto de T6, recém-casado, natural de Lisboa e perplexo com o que acabava de ouvir.
Os primeiros passos para pôr o xeca de rabo tremido estavam dados. Mas a mentalização psicológica para o amedrontar ainda mais, continuava a ritmo crescente:
- Estás a ver aquele gajo lá no fundo com barba e bigode, perguntava o Chico ao Ribeiro, apontando o local onde o Zé se encontrava, previamente combinado, de modo a poder ser visto pelo xeca. É esse, não passes perto dele, porque apesar de sermos para aí mil, aqui dentro, ele conhece toda a gente. Tenta passar despercebido nos próximos dias, se tiveres algum problema fala comigo. Ah!... outra coisa... temos aqui uma praxe, em que todos os novos que chegam, aparecem no Bar às 7 da tarde, para pagar um copo ao pessoal... não te esqueças, continuava Chico na sua “tanga”.


O julgamento continua perante um pensativo Severino, um atento Vítor e com o Zé a preparar o castigo

- Porra pá, onde é que eu vim para. Já não bastava a guerra, os aviões a cair... ter ainda de aturar malucos. Porque é que não fugi quando fui mobilizado? Estava agora na Suécia sem ninguém me chatear... era bem melhor de certeza... grande burro que fui... porque é que me deixei levar pela Cristina (jovem e recente esposa), ia desabafando o Ribeiro, com as lágrimas a quererem rebentar no canto do olho.
- Tem calma pá, também não é caso para estares para aí com essas lamúrias. O pior são os primeiros dias. Vai apresentar-te ao Comandante e depois encontramo-nos ao meio dia, na messe, para almoçar, aconselha António, apontando a Ribeiro o edifício do Comando.
O cenário estava montado. A messe era uma grande sala, com lotação para cerca de 100 pessoas, com mesas de 4, cobertas com toalha de pano encarnado com quadrados brancos.
É meio-dia e toda a gente se
O Zé aperta com o Xeca, diante de um sorridente Bany
dirige para o almoço. Propositadamente é deixada uma mesa vaga, onde o xeca se iria sentar.
O Ribeiro depois de se apresentar e desfazer as malas, aparece para almoçar. Como não vê os seus conhecidos, vai sentar-se na única mesa vazia que encontra.
O Jacinto, jovem negro empregado da messe, habituado às andanças “xequeiras”, já sabe o que tem que fazer.
Começa a ser servida a sopa, que vem em terrinas redondas de alumínio e que Jacinto segura, enquanto cada um se serve.
Entretanto, pela porta dentro e aos gritos, entra o Zé. Cabelo propositadamente despenteado, bivaque ao contrário, retrato perfeito de uma figura sinistra de um filme de terror. Dirige-se para a mesa do Ribeiro, senta-se e não abre a boca. O Ribeiro apercebe-se imediatamente de quem se trata, baixa os olhos para a mesa e o coração começa a acelerar quase saltando peito fora.
O Zé começa então a falar em voz alta, dizendo coisas sem nexo, aparentando na verdade não estar bem da cabeça. Ninguém liga nenhuma, como se já fosse hábito da “casa”.
Jacinto assoma à porta que liga à cozinha e ao ver o Zé dirige-se-lhe de imediato com a terrina da sopa na mão.
- O que é que a sopa tem dentro, preto (tratamento carinhoso como tratava Jacinto, aparentemente ofensivo para um estranho), pergunta Zé, com cara de poucos amigos.
- Tem “escouve” e “esfeijão verde”, responde Jacinto, aparentando estar cheio de medo.
- Sabes bem que só gosto de feijão vermelho, meu escarumba (tratamento dado por alguns aos negros, esse sim, ofensivo). Repentinamente, dá um toque com a mão na terrina e entorna a sopa pelo chão. O xeca Ribeiro, sente o primeiro arrepio e está quase a “levantar vôo”.
O Piriscas está a gostar, com o Zé a discutir as multas e o Sábio Louco a preparar a música

O Zé continua a falar em voz alta e dirige-se pela primeira vez ao Ribeiro:
- Sabes pá, chegou hoje um filha da puta de um xeca e ainda não o consegui apanhar... se o encontro, até lhe bebo o sangue... já o viste por aí?
Ribeiro responde que não, sem levantar os olhos da mesa e mostrando-se cada vez mais amedrontado.
- Não faz mal... o preto vai-me dizer quem ele é, continuava Zé, mostrando cada vez mais exaltação.
Aqui, o xeca Ribeiro sente mesmo medo. As mãos já começam a tremer e está a ver que quando Jacinto informar que o xeca é ele, vai ser o fim do mundo.
A refeição nesse dia, além da sopa, era composta por “atacadores” (esparguete) e “estilhaços” (carne de vaca estufada, partida em pequenos quadrados).
- Preto cabrão, onde é que está o xeca que chegou hoje, pergunta Zé e sem esperar pela resposta, dá um pontapé na travessa e espalha esparguete por tudo quanto é sítio.
Nesta altura, Ribeiro não aguenta mais. Ainda com as calças cheias de fios de massa branca, salta da cadeira e desata em louca correria pela Base fora, ficando sem almoçar.
Ribeiro não vai jantar e às 7 e meia da tarde aparece no bar como combinado. Vem atrasado, vestindo à civil. Calça de ganga da Lewis, pólo da Lacoste, sapatilhas de marca nos pés, o último grito de moda da metrópole.
O Chico e o António já lá estão, os seus anjos da guarda, depois do que se tinha passado. Ribeiro começa por contar as peripécias do almoço, mas os dois procuram desdramatizar, dizendo-lhe que se não aconteceu nada naquela altura já era bom sinal, porque o maluco concerteza já não se meteria mais com ele.
- A propósito, como é da praxe, a partir deste momento o bar está aberto e tudo o que se beber até final da noite és tu que pagas, lembra Chico.
- Isso é o menos, responde Ribeiro já mais calmo.
- Ah, esqueci-me de te dizer. O julgamento começa às 9 horas. Se te safares bem, o que é fácil, porque o nosso juiz é um tipo bacano, a pena é pagares mais umas cervejitas e se cumprires tudo o que te pedirem até pode acontecer que o maluco fique teu amigo. Podes crer que era o melhor que te podia acontecer. Não tenhas medo porque aqui dentro ninguém te faz mal, insistia António, já com dificuldade em evitar o riso.
As 9 da noite chegaram finalmente. Toda a gente preparada para se dar início ao julgamento. Lá estavam o juíz, os advogados e o resto do pagode, para se divertirem e beberem uns copos à pala do infeliz.
Depois de lido o estatuto do xeca, em que como é bom de ver é tratado abaixo de cão,o xeca apresenta-se e começa por fazer uma exposição sobre o senhor Verrugas da Costa.
O Verrugas, era um dos cães mais “sui generis” que algum dia conhecemos. Rafeiro, pêlo curto castanho claro, a fugir para o amarelado, com 5 anos de idade e cujo nome advinha do facto de ter bastantes verrugas na cabeça. Era um cão estúpido e simpático ao mesmo tempo. Tinha características próprias e grande personalidade. Uma das suas facetas mais peculiares era não gostar da raça negra. Era racista até à “quinta casa” e negro que passasse por perto já sabia que se tinha que ver com os dentes do Verrugas.
Outro aspecto engraçado do nosso amigo, era ser um “cão vampiro”. Quando era necessário um cabrito para as muitas patuscadas que o pessoal fazia, levava-se o Verrugas perto do rebanho, este escolhia o cabrito mais tenro, chupava-lhe o sangue e trazia-o num ar imponente, a caminho da panela. Como já viram o Verrugas não era um cão qualquer. Já levava nas costas algumas comissões de serviço. Durante o dia não passava cartão a ninguém. Bem o podiam tentar com um osso suculento, que o artista se mantinha impávido e sereno, sem ligar “bóia”. Este comportamento valia-lhe o corpo coberto de chumbos de pressão de ar, com que alguns camaradas o brindavam, por não compreenderem que até os cães têm direito à liberdade de pensar e agir.
À noite, sim, o Verrugas era um cão normal. Que festas ele fazia, quando à porta de armas esperava o regresso do Zé das noites conturbadas da cidade! Nessa altura, o Verrugas saltava, lambia, bajulava. O Zé tinha uma grande amizade pelo Verrugas, talvez por este não ser um cão submisso e de ter uma personalidade muito própria. “ À cause”, o Verrugas ficou baptizado com o Costa, tal qual um dos sobrenomes do Zé.
Bem, mas estávamos a falar do xeca Ribeiro. Na exposição que tinha de fazer sobre o senhor Verrugas da Costa, espalhou-se ao comprido. Começou por dizer que o senhor Verrugas da Costa poderia ser o 2º Comandante (coitado do Major Galhardas, um comandante impecável). Depois colocou a hipótese de ser o Comandante de Esquadrilha e nunca conseguiu atinar com o cão. Resultado: pena parcelar de uma “bazuca” para cada um dos presentes.
Passando para a 2ª prova, o xeca teria que contar uma história de amor. O Ribeiro, recém-casado, como já se disse, começou a contar a sua própria história. Quando a acusação exigiu a entrada em pormenores mais íntimos, o Ribeiro “borregou” (borregar, diz-se em termos aeronáuticos, do avião que já se fez à pista para aterrar e que por qualquer motivo imprevisto não o pode fazer e o piloto é obrigado a dar todo o gás ao motor, para o levar de novo para cima). Com pena, a acusação propôs mais uma “bazuca” que mereceu a concordância do juiz, desta vez também extensiva ao Ribeiro, que até aí só tinha bebido coca-cola.
O Zé, mantinha ao longo do tempo alguns arreganhos de mau humor. Mostrando-se insatisfeito com o desempenho do xeca e tal como previsto e combinado, começa a respigar:
- Estou farto desta merda...não vou sair daqui vivo, mas vocês vão comigo... meus cabrões... vamos morrer todos...
Neste momento, puxa de uma granada inerte já preparada para o efeito (inerte, quer dizer que lhe foram retiradas as propriedades para que era destinada e não fazia correr qualquer perigo), tira-lhe a cavilha (retirada a cavilha a uma granada normal, esta explode na maior parte dos casos passados 4 segundos) e lança-a para o meio do pessoal. Estes como já sabem o que se vai passar, aparentam grande medo, atiram cadeiras para o chão, teatralizam a situação... O Ribeiro, alheio a tudo, logo que vê a granada na mão do Zé e escuta as suas palavras, levanta-se num ápice e lança-se em vôo pelo parapeito da janela que dá para o exterior e que tem cerca de 1 metro de altura.
Acalmados os ânimos, com o Ribeiro a suar por todos os poros, acaba-se a farsa. É o xeque-mate do tormento do Ribeiro. A partir dali, continua a ser praxado, mas já sabe que o Zé não é o tal maluco apregoado, mas um camarada mais antigo, que ali está há mais tempo e que apenas o pretende integrar entre os seus.
A esplanada do bar. Foi por esta janela que o xeca saltou…


A praxe continua e em cada ponto que o xeca tem que cumprir, como nunca é do agrado da acusação, “nasce” nova rodada de “bazucas”.
Depois da seca da granada, tem de contar os últimos desabafos humorísticos da metrópole, em que normalmente os alentejanos ou Samora Machel, de hoje, são substituídos por Américo Tomás, Presidente da República da altura.
Segue-se a poesia sobre a amiga “Cozinheira” ( a “esposa” do Verrugas) e a ida à” casa do porco”.
A Base, tinha no seu vasto perímetro, um espaço utilizado para a criação de porcos, utilizando a grande quantidade de sobras da cozinha. Por incrível que pareça, de entre as dúzias de porcos brancos, havia também um preto. A zona da pocilga era escura, sem luz, junto de uma das vedações. Os xecas eram levados para aí e tinham como missão apanhar o porco preto. Sem luz, preto, grande lamaçal, grandes correrias porcinas... estão a ver a cena! Foram sem dúvida dos momentos mais bem passados, com o Ribeiro a sair da pocilga completamente irreconhecível. Mas como se seguia o baptismo e mergulho na piscina com todos os cães da Base, o cheiro desaparecia.

A festa está a acabar…

Depois do banho, o xeca elaborava o relatório final. No caso do Ribeiro, contou nas suas linhas gerais, que se sentiu bastante amedrontado até á hora da granada e estava com uma impressão muito desagradável do Zé. Que a partir daí, conhecera o verdadeiro Zé, amigo do seu amigo, e ter pena de já não ter tempo de conviver muito mais tempo com ele, pois tinha a certeza de ser uma “alma boa”, capaz de o ajudar a passar o melhor possível os 2 anos de comissão.
Com os estômagos a abarrotar de cerveja, o pessoal continuava a beber e divertir-se, já com o xeca completamente á vontade.
O Ribeiro por se ter portado bem, não teve de suportar a caça ao sabonete (sabonete molhado em cima de uma cadeira e xeca com as calças em baixo, tentando apanhá-lo com o rabo).
Para que o final fosse feliz, com toda a gente sentada ou amparando-se às colunas do bar, cantava-se a canção da xequice, com letra e música de José Leal e Augusto Ferreira, que começava com uma quadra de boas-vindas ao xeca “Xeca sejas benvindo – às terras do ultramar – chegaste e eu já vou indo – não vale a pena chorar” e que tinha como refrão uma quadra bem sugestiva em português atravessado, que punha o xeca a pensar duas vezes na situação em que se encontrava- “Xeca, ó xeca – onde vieste parar – todos te querem fod... – todos te querem matar”.
O nascer do dia já está perto e não haverá muito tempo para dormir, pois as missões do dia são para cumprir custe o que custar e para alguns dos presentes, passada uma hora, estariam de rodas no ar, dentro de um avião ou helicóptero, ao encontro de alguém que precisava de ajuda.
É que as situações foram sempre muito claras para estes homens:
“ Conhaque é conhaque ..... e serviço é serviço”

José Leal

VB:Obrigado Zé,é interessante verificar a tua leitura dos factos passados tantos anos.Realmente foi o momento muito importante que vivemos, que hoje integra a história das nossas vidas.