domingo, 25 de janeiro de 2009

745 O FIM DE UM GRANDE HOMEM,UM GRANDE COMANDANTE!



Gualdino Moura Pinto
Cor.Pilav.


Comandante da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné
Comandante da Base Aérea nº 12




Percorrendo alguns artigos na Net,como faço habitualmente,deparo com um que me deixou estupefacto.A CAUSA DA MORTE DO COMT:MOURA PINTO.
Sabia realmente que tinha falecido e,segundo as informações que me tinham fornecido e que eu fui transmitindo a quem me procurava,a causa tinha sido doença prolongada.
Venho a saber agora,passados 31 anos,foi vitima do acidente da TAP em 19.11.1977 no Aeroporto do Funchal!
Aqui reproduzimos uma foto,enviada pelo Arnaldo Sousa, quando se despediu da Guiné como Comandante da Zona Aérea e Piloto ,junto de pessoal que componha a linha da frente dos Fiat's:







Junto anexo a foto do pessoal dos Fiat G91/R4 e alguns pilotos.O Comandante da Zona Aérea e da BA12,Coronel Gualdino Maria Moura Pinto(Já Falecido).Da esq./Dirª em pé:SargºRobalo,SargºAntunes,SargºPinheiro,SargºGuaudêncio,Cap.Pilav.Letras,Cor.Pilav.Moura Pinto,Major Pilav.Pedrosa,Cabo Veríssimo,Cabo Pinto,Cabo Sousa,SargºDuarte.Em baixo:Cabo Lopes,Furriel Pinheiro,Sarg.Ramiro,Cabo Brás,Cabo Veríssimo(II).Na escada do avião o Ten.Pilav.Matos.Esta foto de despedida foi tirada dias antes da partida do coronel Moura Pinto para a Metrópole.Pessoa muito educada e de poucas falas,passava com muita calma e esboçando um ligeiro sorriso,inspecção ao avião sem tecer comentários e sem encontrar ponta por onde pegar como se costumar dizer.Todos o admiravam.Cumprimentos.Arnaldo Sousa MMA 1ª/72



A NOTICIA DO ACIDENTE:


Acidente mortal com avião da TAP, ocorrido a 19/11/1977 no Aeroporto do Funchal com o TP 425 vindo de Bruxelas.

Tripulantes falecidos nesse acidente:
Cmt. João Mimo da Costa Lontrão
Copiloto Miguel Ângelo Guimarães Leal
Técnico de voo Gualdino Maria Moura Pinto
Chefe de Cabine José António de Quental Paveia
Comissário de Bordo Carlos João Arroja Simões

Assistente de Bordo Gilda Soares de Varela Cid Cunha Maldonado



Envergadura: 32,92 metros
Corda (na raiz da asa): 7,70 metros
Comprimento total: 45,76 metros
Comprimento da fuselagem: 41,49 metros
Interno da cabine: 28,46 metros
Largura máxima da cabine: 3,55 metros
Altura máxima da cabine: 2,18 metros
Área de piso: 91,05 metros quadrados
Volume da cabine: 188,4 metros cúbicos
Superfície Alar: 157,90 metros quadrados
Desempenho com peso de 78.015 kg:
Velocidade Máxima a 6.585 metros: 1014 km/h
Velocidade de cruzeiro a 5.800 metros: 958 km/h
Velocidade económica a 9.150 metros: 914 km/h
Velocidade de perda sem flaps: 302 km/h
Razão de subida: 793 metros por minuto
Teto de serviço: 10.730 metros
Distância de decolagem: 1.774 metros
Equipagem: 2 pilotos, 1 operador de sistemas e 5 tripulantes de cabine
Capacidade: Até 189 passageiros

Ás 21h35 do dia 19 Novembro de 1977, o voo TP425 tentava aterrar no Aeroporto de Santa Catarina na Ilha da Madeira. A tripulação, cansada do 5º voo desse dia, tentava uma terceira aterragem na pista 24 num dia de temporal, com muita chuva e consequente fraca visibilidade.O comandante João Costa sabia que caso não conseguissem aterrar, teriam de divergir para o Porto Santo onde não haveria de modo algum alojamento para os 156 passageiros e 8 tripulantes que vinham de Bruxelas via Lisboa. Consequentemente seria necessário divergir para a Gran Canária a 400km de distância.
A aeronave era um B.727-282ADV, versão 200 com capacidade para 189 passageiros e fabricada para a TAP (dai o código 82) e entregue 2 anos antes. Era um tri-reactor (com motores Pratt&Whitney JT8D), número 1096 da linha de produção. Ostentava o nome do pioneiro da aviação portuguesa, Sacadura Cabral, curiosamente falecido num acidente aéreo no Canal da ManchaAs cores da TAP eram ainda o branco e vermelho, a mudança para verde e vermelho seria para três anos mais tarde. Na altura ainda se lia "Transportes Aéreos Portugueses" ao longo da fuselagem.Após a aproximação o avião aterra muito para além do normal, faz aquaplaning numa pista muito molhada e sai pela cabeceira da pista fora, que tinha um desnivel de dezenas de metros em relação á estrada. Cai uns metros mais abaixo em cima de uma pequena ponte de pedra, desfaz-se em duas partes, a traseira que fica cortada atrás das asas em cima da ponte e o resto que cai na praia de calhau e irrompe num mar de chamas.









No rescaldo:
Pessoas à bordo: 8 tripulantes e 156 passageiros = 164
Vítimas fatais: 6 tripulantes e 125 passageiros =131




A TAP deixou de operar o modelo 727 da série 200 para a Madeira, passando apenas a operar o 727-100, 5 metros mais curto e com capacidade para menos 60 passageiros.
Durante muito tempo ainda se encontravam destroços do avião na praia. Alumínio derretido entre as pedras muito tempo ficou, formando "obras de arte". Eis aquilo que ficou em minha posse:


Este bocado servia de túnel para os meus carros quando era puto. Sempre quis saber donde era, o meu pai achava que era de uma asa.
Apenas no ano passado um mecânico da TAP me conseguiu descobrir o que era...Era um eixo de um flap, feito em magnésio (aquilo é incrivelmente leve).
Este foi o único acidente mortal da TAP em voo de transporte de passageiros.